Cotidiano
É a primeira vez que ela, que era responsável pela diplomacia dos EUA na época do ataque, depõe perante o comitê especial do Congresso dos EUA que investiga o caso
Continua depois da publicidade
Hillary Clinton assumiu a responsabilidade pelas decisões dos EUA relacionadas aos ataques em Benghazi que mataram quatro americanos na Líbia em 2012, incluindo o embaixador no país, Christopher Stevens. É a primeira vez que Hillary, que era responsável pela diplomacia dos EUA na época do ataque, depõe perante o comitê especial do Congresso dos EUA que investiga o caso.
Em uma referência velada à suposta tentativa de usar o comitê politicamente para tentar enfraquecer sua campanha, Hillary declarou que "precisamos de liderança central para se equiparar a nossa liderança no exterior, liderança que coloque a segurança nacional à frente da política e da ideologia".
"Eu assumi a responsabilidade e, como parte disso, antes de deixar o cargo [de secretária de Estado], realizei reformas que ajudassem a proteger nossos funcionários em campo", disse.
O ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, matou o embaixador americano no país, Christopher Stevens, e outros três funcionários em 11 de setembro de 2012.
Os resultados da investigação do Comitê sobre Benghazi da Câmara dos Representantes devem ser lançadas em 2016, ano eleitoral.
O congressista republicano Trey Gowdy acusa Hillary e a administração Obama de sonegarem informações sobre as decisões tomadas em Washington após o ataque.
No fim de semana seguinte ao ataque, a então embaixadora dos EUA nas Nações Unidas -e atual assessora de Segurança Nacional de Obama-, Susan Rice, falou a programas de TV que o ataque teria sido resultado de protestos "espontâneos" contra um vídeo antimuçulmano que se tornaram violentos.
As declarações de Rice são usadas até hoje pelos republicanos para atacar o governo Obama -e, em especial, Hillary-, sob o argumento de que eles teriam deliberadamente enganado a população para não minar, antes das eleições de 2012, a versão de que a gestão democrata estava vencendo a guerra contra o terrorismo.
Intenções políticas
O comitê tem sido alvo de críticas desde que o parlamentar Kevin McCarthy, o segundo nome republicano na Câmara -e que especulava-se que poderia assumir como presidente da casa após a saída de John Boehner- sugeriu, numa entrevista no início do mês, que a investigação foi projetada para atrapalhar a nomeação de Hillary. Depois McCarthy recuou da declaração.
Na última semana, um ex-investigador para o comitê acusou o painel, liderado pelos republicanos, de mirar a democrata Hillary Clinton para inviabilizar sua candidatura presidencial, segundo o "The New York Times" e a rede CNN.
Gowdy, presidente do comitê, salientou em seu discurso de abertura da sessão que a investigação não seria sobre Hillary.
O major Bradley Podliska, um funcionário de inteligência da Força Aérea em serviço na Alemanha, alegou ter resistido à pressão para concentrar sua investigação sobre o ataque de 2012 ao complexo diplomático dos EUA em Benghazi no papel de Hillary, que então era secretária de Estado.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade