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No dia 9 de julho é comemorada a Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 32 ou Guerra Paulista. Porém, somente cerca de 100 pessoas, contando com contingentes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, participaram de uma homenagem à data, na Praça José Bonifácio, no Centro de Santos, que marca o movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, entre os meses de julho e outubro daquele ano, que tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.
A falta de interesse era fácil de detectar. A cerca de 30 metros da solenidade, na própria praça, mesmo no momento em que estava sendo entoado o hino nacional, idosos mantinham sua rotina diária — jogar baralho e dominó, sem se importar com entorno. Fora de Santos, ou melhor, em todo o Brasil, conforme o noticiário, o assunto de milhões de brasileiros não era outro: a desclassificação desonrosa da seleção brasileira na “Copa das Copas”.
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Durante todo o pequeno trajeto que a reportagem fez até a solenidade — entre a Rua General Câmara e a Praça — o semblante das pessoas era de decepção com os 23 jogadores, que até a última terça-feira, às 17 horas, eram aclamados como heróis da Nação. Não é difícil deduzir, portanto, que ontem ninguém praticamente lembrou em reconhecer os verdadeiros heróis de São Paulo e do País.
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Na Praça José Bonifácio, a solenidade prosseguiu como tantas outras dos últimos 82 anos. Após as homenagens aos colaboradores da Associação dos Combatentes de 32 de Santos e seus dirigentes, flores foram colocadas na base do monumento alusivo à data, além da entrega da restauração do ‘soldado ferido’ (parte do monumento), que havia sido danificado no ano passado.
Poucos pararam por alguns minutos no local para saber o que estava sendo comemorado e quem foram Mário (Martins) de Almeida, Euclides (Miragaia), (Dráusio) Marcondes de Sousa e Antônio (Camargo) de Andrade, o MMDC, heróis paulistas da Revolução, reconhecidos pela lei 2.430, de 20 de junho de 2011 e inscritos no Livro dos Heróis da Pátria.
O único herói vivo santista que participou da revolução, João Batista da Cruz, com 104 anos, não pôde comparecer à solenidade. Coube a uma das pessoas presentes alertar que não tinha ninguém da família no evento. Mas, pelo que foi observado ontem, mesmo que tivesse presente, poucos curiosos se arriscariam a conhecê-lo. A atenção estava voltada à contusão de Neymar Jr, da incompetência do Fred, do choro de David Luis, do corpo avantajado do Hulk e das desculpas do Felipão.
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