Cotidiano

Haddad defende aumento da gasolina para financiar tarifa

O prefeito de São Paulo defendeu a bandeira que levantou em março deste ano sobre a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 13/08/2013 às 18:50

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), comentou nesta terça-feira que os dados preliminares do estudo da FGV sobre o subsídio da tarifa de ônibus, por meio do tributo sobre a gasolina, mostram que o temor de que a medida fosse inflacionária não procede. "Se dizia que essa medida era inflacionária. A grande novidade é que ela é deflacionária", comentou o prefeito, ao deixar evento em São Paulo que discutiu alternativas para o financiamento do transporte público.

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Haddad defendeu a bandeira que levantou em março deste ano sobre a municipalização da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). "A demanda social por diminuição do preço da tarifa é possível desde que haja uma fonte de financiamento e a melhor fonte de financiamento é a que inibe o uso do carro", afirmou o prefeito. Segundo ele, diminuir o uso constante de automóveis traz dois ganhos para a população: "o ganho de barateamento da tarifa e ao mesmo tempo efeitos ambientais e de saúde para toda a comunidade."

Segundo Haddad, ainda está em processo de debate a questão da municipalização da Cide. O prefeito afirmou que nunca conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto, mas disse que a Frente Nacional de Prefeitos já entregou um documento defendendo a tese para o governo federal.

Haddad completou dizendo que uma definição sobre essa questão pode demorar anos e não depende apenas de um prefeito. "Os dados preliminares da FGV não deixam de ser alentadores", disse Haddad Nesta manhã, o chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Samuel Abreu Pessoa, afirmou que uma pesquisa preliminar da instituição mostra que o aumento de R$ 0,50 em tributos por litro na gasolina geraria o subsídio para o transporte público de R$ 1,20 e um impacto deflacionário de 0,026 p.p. no IPCA.

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Fernando Haddad defende o aumento da gasolina para financiar a tarifa de ônibus (Foto: Divulgação)

A deputada federal Luiza Erundina, presente no evento, lembrou sua tentativa de, quando prefeita de São Paulo, aprovar o IPTU progressivo para custear o transporte coletivo com tarifa zero para o usuário. Haddad comentou que essa opção não tem embutida o impacto benéfico de se desestimular o uso do carro.

Corredores de ônibus

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O prefeito comentou que a recente implantação de novos corredores de ônibus na cidade faz parte de um processo de mudança cultural. "Nossa determinação é a priorização do transporte coletivo com a segregação de faixas e agora a racionalização das linhas", exemplificou Haddad, citando o caso da Avenida 23 de Maio. Segundo ele, em um momento inicial não há que se falar em aumentar as linhas de ônibus em um local onde os veículos não conseguem circular por causa do congestionamento.

Na opinião de Haddad, possíveis efeitos prejudiciais para usuários de automóveis particulares são mitigados com o tempo por meio de intervenções da CET. De acordo com o prefeito, a CET já tem agido em cruzamentos que ficaram com o trânsito prejudicados por conta dos novos corredores. "Já tenho ouvido depoimento de muito gente migrando para o transporte público", completou.

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