Cotidiano
O governador afirmou ter ferramentas para combater a ação do PCC, citando apenas o Regime Disciplinar Diferenciado - quando o preso fica praticamente isolado durante todo o dia
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quinta-feira, 28, que as polícias são preparadas e que não haverá mudanças no trato com presos no Estado depois da divulgação do relatório sobre os planos de resgate da cúpula do Primeiro Comando da Capital. "Tentativa (de fuga) sempre há, e a polícia investiga, atua", disse Alckmin.
O governador afirmou ter ferramentas para combater a ação da quadrilha organizada, citando apenas o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - quando o preso fica praticamente isolado durante todo o dia. "Nós temos três presídios de segurança máxima: Presidente Bernardes, Avaré e Taubaté. E temos o Regime Disciplinar Diferenciado. Agora, ainda é preciso ter autorização da Justiça para ter o preso em RDD, mas a polícia está trabalhando firmemente nessas tentativas de fugas", afirmou o governador.
"A polícia está permanentemente combatendo o crime organizado. Sempre tem tentativa de fuga e, no sistema nosso de alta segurança, a fuga é zero", repetiu Alckmin, na noite desta quinta, em evento na sede do Ministério Público Estadual (MPE), no centro da capital paulista.
O governador, entretanto, disse ser "lamentável" a divulgação do trabalho de inteligência policial. "Sempre há informações de tentativas de fuga. A polícia tem um sistema de acompanhamento muito acurado. Agora, é lamentável, sim, que um processo que é sob segredo de Justiça seja colocado na mídia."
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Alckmin disse também que avaliaria o vazamento das informações. "É segredo de Justiça que foi rompido", afirmou.
A divulgação do plano de fuga de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e de outros três líderes do PCC deixou descontentes integrantes do governo paulista.
Segundo o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, uma investigação será aberta para verificar como teriam vazado as informações sobre a investigações. O objetivo, de acordo com ele, é verificar se houve quebra do sigilo funcional no caso.
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Celular
Além das investigações feitas pela polícia para conter os criminosos do PCC, o governo também aposta nos bloqueadores de sinal de telefonia celular recentemente instalados nos presídios do Estado.
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Desde o dia 31 do mês passado, por exemplo, a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau recebeu novos bloqueadores de sinal de celular para impedir que os presos se comuniquem com comparsas em liberdade. Desde então, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) registrou quatro conversas mantidas pelos presos Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Claudio Barbará da Silva.
Ambos estavam entre os quatro presidiários que seriam resgatados em Presidente Venceslau. O teor das conversas está no relatório feito pela inteligência das Secretarias da Segurança Pública e da Administração Penitenciária (SAP) e do Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo a SAP, após a instalação dos bloqueadores de celulares nenhum preso foi flagrado fazendo ligações telefônicas. A secretaria não informou, porém, se as conversas mencionadas no relatório eram fruto de escuta ambiental.
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Falhas
De acordo com um agente da inteligência policial, nos primeiros dias deste mês, testes feitos pela empresa responsável pela instalação dos bloqueadores de celulares mostraram a existência de áreas em que o sinal ainda funcionava em Presidente Venceslau A empresa prometeu fazer ajustes.
A instalação dos bloqueadores de celulares foi uma das respostas do governo à ação da facção mapeada por uma investigação feita pelo MPE durante três anos que levou ao indiciamento em 2013 de 175 acusados de participação na organização criminosa.
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O governo pediu então a internação no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de todos os acusados, mas a maioria dos pedidos foi negada pela Justiça. No RDD o preso permanece isolado dos demais e tem direito a só uma hora de banho de sol por dia.