Cotidiano

Guarujá 87 anos: Válter Suman vê a cidade superando as vizinhas

A Pérola do Atlântico dá passos ambiciosos em sua história e pode ver aeroporto começar a 'decolar' ainda em 2021

LG Rodrigues

Publicado em 30/06/2021 às 07:00

Atualizado em 30/06/2021 às 12:27

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Suman vê Guarujá em fase de preparação antes de ascensão econômica e acredita no potencial em várias 'frentes' para largar na frente / Nair Bueno/DL

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Com 87 anos completados nesta quarta-feira (30), a Pérola do Atlântico vem se preparando e concretizando cada vez mais a fase de preparação para largo e extenso crescimento econômico que deve ser empurrado por várias frentes que vão desde a turística à portuária e também pela habitacional. Ao menos é nisso que acredita o prefeito de Guarujá, Valter Suman, que prevê o município superando as 'irmãs' da Baixada Santista em questão de poucos anos.

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Em conversa com o Diário do Litoral, o chefe do Executivo guarujaense afirma que a expansão do Porto e o início das operações do aeroporto devem ser o principal combustível da cidade, mas segue afirmando que a principal veia do município é a turística, e ela só se enriquece ao cuidar do município e das necessidades mais básicas dos moradores.

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Diário do Litoral - O túnel submerso seria bom para Guarujá?

Valter Suman - Desde o início eu tenho defendido essa possibilidade, sabe? Eu estou, basicamente, na mesma sintonia que a Codesp, a SPA e também o Ministério de Desenvolvimento Regional. Eu vejo como solução de um dos maiores problemas hoje que é a travessia de Santos-Guarujá, para nós Guarujá, na forma da construção do túnel submerso. A gente tem notado que esses acidentes podem acontecer, por maior que seja tecnologia, mas a tendência é os navios cada vez maiores e nós temos um canal de navegação estreito. Você imagina um estrago desses numa ponte. Eu não sei como é que o Estado vai se comportar agora, porque o acordo é que isso aí saia basicamente em decorrência da renovação do contrato com a Ecovias. Nessa modalidade com o túnel submerso eu não sei qual vai ser o encaminhamento, mas pra nós, o Guarujá, iria potencializar a mobilidade urbana e o nosso comércio. O túnel submerso saindo ali em Vicente de Carvalho, isso aí seria fantástico, é a verdadeira metropolização.

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DL - Guarujá não mostra sinais de desaceleração como algumas vizinhas. É uma tendência a manter?

VS - Hoje, Guarujá, tem nove terminais de portuários, 14 retro portuários e o agronegócio, o 'agro' está bombando no País, a gente sabe disso. A movimentação de cargas tá crescendo, do lado do Guarujá, 35% a 40%, e quatro terminais portuários estão investindo em torno de R$ 1 bilhão. As empresas estão ampliando suas operações de atracação e isso tudo, é óbvio, se dá porque os caras estão acreditando que o país está reencontrando o caminho do desenvolvimento. E também a gente está vendo movimentações no sentido de potencializar o modal ferroviário. Guarujá hoje é privilegiado, tem ferrovia, rodovia, área portuária, logo logo o aeroporto civil. Não resta dúvidas que o Guarujá tem um potencial incrível em todas as áreas e há um interesse em várias situações que são de infraestrutura, que potencializa ali, a questão da melhoria da mobilidade urbana, a ampliação portuária e o combate ao déficit habitacional do município. À medida em que se retira famílias em condição de vulnerabilidade física e social da margem portuária, da margem do porto do Guarujá, vamos chamar assim, você conseguindo recursos para transferir essas famílias, para habitações mais dignas, e é o que nós estamos fazendo lá no Parque da Montanha, você libera margem portuária em torno de até 1.200 metros. Só pode crescer pro lado de cá, então, a perspectiva da movimentação de cargas é devido à ampliação portuária, agregado à construção da segunda fase da perimetral, que é fundamental, e a retirada dessas famílias que já estão sendo direcionadas ao Parque da Montanha, aliado também a outro investimento grande em parceria com o CDHU, na construção de unidades para as vítimas de deslizamento, são grandes coisas que estão por acontecer na cidade. Estamos preparando um terreno propício de todas as formas possíveis de relacionamento com entidades em busca de recursos.

DL - O aeroporto 'decola' neste ano?

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VS - Hoje o futuro Aeroporto Metropolitano de Guarujá está sob a preparação, sob os cuidados da Infraero, que foi um 'plano B' que nós adotamos naquela licitação que não logrou êxito, até porque, por conta da pandemia, houve queda substancial no meio da aviação civil, e o grande obstáculo hoje ainda, é a questão de recursos para implantação de um terminal de passageiros, que será modular, inicialmente, com 21 contêineres, que estará vindo ao Guarujá em breve até final de agosto, setembro, ou seja, o terminal de passageiro já vai estar sendo construído. Tem a questão do licenciamento ambiental, supressão de algumas áreas de mata verde, fiscalização e cercamento da pista, então, tem todo um trabalho. Nós acreditamos e a Infraero define a previsão de primeiro voo comercial está mantida para acontecer ainda em 2021, temporada 21/22.

DL - Como fica o turismo nesse momento pós-pandemia?

VS - Nossa maior vocação é o turismo. Guarujá é uma cidade portuária, que tem drama social de carência de quase 11 mil unidades habitacionais e com 1/4 da população em condição de vulnerabilidade social. Você tem que conviver com conflito de situações em uma cidade que tem um potencial turístico que é o primeiro para gerar emprego, renda e oportunidade, o mais rápido possível, não deixar de ser agente facilitador da ampliação da margem portuária, porque também gera muito emprego, cuidar das pessoas sempre muito mais socialmente comprometidas, e o que você faz? Qual é o grande caminho? Gerar emprego. E como que eu gero emprego? Qual que é a indústria que me dá retorno mais rápido possível? Turismo. A sede de consumir turismo no Brasil está muito grande e você tem que ter condições de acolher as pessoas. Como que você acolhe? Qual é a condição pra que a pessoa tenha o prazer de vir pra tua cidade? Tem que ter uma cidade limpa, bem cuidada, iluminada, segura, monitorada, acessível, sinalizada, ou seja, uma cidade acolhedora. Limpeza é uma questão básica, né? Ou seja, roçada, poda, capinação, coleta de lixo, então tem todo um trabalho diuturno que tem que ser feito.

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