Na próxima quarta-feira (9), a Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos participará de uma capacitação técnico-jurídica sobre abordagens / Divulgação
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A secretária de Segurança de Santos, Raquel Kobashi Gallinatti Lombardi, cumpriu a promessa veiculada recentemente pelo programa audiovisual PODPOVO do Diário do Litoral (assista abaixo). Na próxima quarta-feira (9), a Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos participará de uma capacitação técnico-jurídica sobre abordagens, das 14 às 17 horas, no Parque Tecnológico de Santos.
O evento busca atualizar os agentes sobre legislações que impactam suas atividades, com foco em Direitos Humanos e comunicação eficaz. Durante o seminário, a paratleta e ex-guarda municipal, Beth Gomes, será homenageada por sua trajetória de superação e suas conquistas nas Paralimpíadas de Paris 2024, onde quebrou o recorde no lançamento de disco.
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Conforme já publicado pelo Diário, desde que assumiu a Secretaria, Raquel Gallinatti vem exigindo uma mudança radical de posturas da Corporação, sendo a principal delas o fim da abordagem de pessoas em situação de rua ao acreditar que a ação não é de segurança e competência da GCM, mas da Assistência Social, por se tratar de saúde pública.
O Diário havia descoberto extraoficialmente que Raquel chegou a ter certa dificuldade em conscientizar parte do comando da GCM. No PODPOVO, a secretária confirmou que iria exigir uma postura mais humana.
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Referente ao suposto uso da guarda para serviços particulares (comércio em geral), disse que “isso jamais pode ser permitido” e que iria impedir que guardas fossem enviados para ações perigosas sem armamento adequado.
Meses atrás, conforme revelado o Diário por uma fonte dentro da Guarda, os comerciantes não precisavam ligar sequer para o número 153, bastando apenas enviar uma foto de pessoas deitadas em frente ao seus estabelecimentos para exigir a ação da GCM. No segundo caso, a secretária detectou quando participou de uma ação pessoalmente em uma área de conflito.
Antes de deixar a pasta da Secretaria de Desenvolvimento Social de Santos e voltar a ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores, Audrey Kleys – hoje candidata a vice-prefeita - em entrevista ao Diário, já havia se manifestado sobre a luta contra o higienismo social: "é preciso que as pessoas compreendam que a legislação impede que pessoas sejam retiradas à força das ruas e que seus objetos sejam confiscados”.
Audrey estava tentando montar uma forte rede de apoio e capacitação para as pessoas, com o objetivo delas resgatarem a autonomia e reinseridas no mercado de trabalho. Também estava tentando otimizar os equipamentos e serviços oferecidos pelo setor, principalmente em relação à assistência às pessoas em situação de rua da Cidade, que aumentaram muito em função da pandemia de Covid 19.
"Essas pessoas vivem em sofrimento. Muitas vezes, até durante os surtos, quando ficam violentos, os funcionários do desenvolvimento social têm dificuldades em atender. Estou reforçando a necessidade da atuação, em parceria conosco, dos profissionais da área da saúde, que têm a experiência em lidar com essas situações-limite", revelava.
Procurada, a Prefeitura sempre negou que a GCM tenha realizado "abordagens de cunho higienista". Raquel Gallinati já havia esclarecido que não houve uma mudança no padrão de atuação da GCM, mas sim um reforço nas ações direcionadas à identificação de possíveis criminosos entre as pessoas em situação de rua, respeitando a legalidade e garantindo a preservação da dignidade humana e que o efetivo continuaria prestando apoio às ações das secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, e de todas as pastas que solicitarem a colaboração.
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