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O grupo insurgente Frente Nusra, ligado à Al-Qaeda, capturou neste sábado a maior parte da cidade síria de Idlib, na província de mesmo nome, expulsando as tropas do presidente Bashar al-Assad, segundo ativistas da oposição. Se a cidade - que fica perto da fronteira com a Turquia - de fato cair nas mãos dos rebeldes, será apenas a segunda capital provincial perdida por Assad desde o começo do confronto, há quatro anos. Raqqa, capital da província homônima, está sob controle da oposição desde março de 2013.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse que soldados da Frente Nusra tomaram controle de boa parte de Idlib por meio de uma ofensiva final iniciada na noite de sexta-feira. Os conflitos continuaram neste sábado, com artilharia pesada dos dois lados. Os Comitês de Coordenação Local, outro grupo de ativistas da oposição, também confirmam a tomada de grande parte da cidade.
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Um militar não identificado citado pela agência estatal de notícias síria SANA disse que as forças do Exército estão lutando contra "grupos terroristas armados" para retomar o controle da cidade. Segundo ele, a oposição sofreu grandes baixas. Dias antes, o governo havia dito que centenas de terroristas entraram no país pela fronteira com a Turquia para atacar Idlib.
Uma aliança conturbada de insurgentes, incluindo a Frente Nusra, controla vastas regiões da província de Idlib e já tentou algumas vezes tomar a capital, mas nunca com tanto sucesso como agora. Em sua conta na rede de microblogs Twitter, a Frente Nusra disse que controla metade da cidade e postou fotos da Torre do Relógio e outros pontos conhecidos. Em um vídeo, também divulgado na rede social, é possível ver um soldado rasgando um cartaz com a foto de Assad no estádio da cidade.
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Trata-se da segunda grande derrota de Assad esta semana. Alguns dias antes a Frente Nusra já havia tomado a cidade histórica de Busra Sham, no sul do país.
Também neste sábado, durante uma cúpula árabe no Egito, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que se sentia bravo e envergonhado pelo fracasso da comunidade internacional no conflito sírio. Ele prometeu reforçar os esforços diplomáticos. Mais de 220 mil pessoas morreram na guerra civil e milhões tiveram de se refugiar em outros países.
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