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A população de Praia Grande vai ficar sem os abrigos cobertos de ônibus, compromisso que teria sido formalizado em contrato entre a empresa responsável pelo transporte público da Cidade – Viação Piracicabana – e a Prefeitura.
Diante da situação e inconformado com a condução de uma audiência pública realizada pela Câmara na semana passada, o Grupo Praia Grande em Debate, em visita à redação do Diário do Litoral revela que pretende recorrer ao Ministério Público (MP) para exigir o cumprimento total dos compromissos formais da empresa com a municipalidade.
Conforme post nas redes sociais, a audiência – acompanhada por vereadores, populares e representantes do Executivo – foi bastante tumultuada, sendo por vezes interrompida pelos mais exaltados que se irritaram com a declaração da secretária de Transportes, Rachel Chini, revelando que a Viação estaria isenta de cumprir a cláusula que garantia a construção de mais de 300 novos abrigos cobertos na Cidade em troca do não aumento das passagens, em julho passado.
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Os representantes do Praia Grande em Debate revelaram que Rachel, na audiência, teria informado que não existia necessidade de debater com o Legislativo e com a sociedade alterações nos contratos. Porém, o vereador Marco Antônio de Sousa, o Marquinhos (PMN), lembrou que a Câmara já havia aprovado isenção do Imposto Sobre Serviço (ISS) da empresa justamente para compensar o não aumento das tarifas.
Bastante crítico, com o que considerou pouco tempo destinado à manifestação da população na audiência, Rogério Rizzo afirma que a Administração pediu aos vereadores a isenção do ISS sob o argumento de se congelar as tarifas, o que não ocorreu e, “ainda não faz valer o contrato no item sobre a construção dos abrigos, estimada em mais de um milhão de reai, de fundamental importância à população”.
População aumenta, mas frota não cresce
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Márcio Teixeira, outro integrante do Grupo, argumenta que, por anos, a frota não passa de 75 veículos, “mesmo a cidade apresentando crescimentos populacionais anuais, atestados pela própria Administração Municipal”. “Mexer no contrato para aumentar a frota não pode, mas para desobrigar a construção de abrigos pode”, dispara.
Os membros do grupo acreditam que outras cláusulas podem estar sendo descumpridas pela Piracicabana. “Existem dois contratos, um de R$ 13 milhões e outro que prevê R$ 20 milhões (R$ 33 milhões) de investimentos com transporte. Neles, estavam previstas reformas dos terminais, construção de mais dois equipamentos e os 300 abrigos. Todo mundo sabe as péssimas situações dos terminais”, afirma Franz Hildinger, acompanhado de Vinícius Cassiano e Álvaro Ferreira.
Entenda o grupo
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O Grupo Praia Grande em Debate é composto por profissionais liberais, comerciantes, empresários, estudantes e munícipes das mais diversas áreas de atuação. Seus objetivos são a discussão e solução dos principais problemas urbanos da Cidade, além da fiscalização dos atos do Poder Executivo.
Prefeitura destaca redução tarifária
A Prefeitura confirmou que suprimiu a obrigação de construção de abrigos em função da necessidade de redução tarifária e que as reformas dos terminais Tatico e Tude Bastos foram realizadas com investimentos aproximados de R$ 586 mil no primeiro e R$ 989 no segundo, quando o previsto na concessão era de R$ 425 mil cada.
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Segundo a Administração, a estação de transbordo de Samambaia foi construída e atualmente aguarda finalização de estudos da troncalização da rede por parte da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). A da Vila Sônia-Antártica está suspensa, aguardando plano de transporte.
Com relação às mudanças no contrato, a Prefeitura confirma que não precisam ser comunicadas pelo poder concedente (Executivo) e sobre o não aumento da frota, a Administração revela que em 2011 foram acrescidos dois veículos e mais um no ano seguinte, totalizando 72 veículos. “A Secretaria de Transportes solicitou a inclusão de mais oito – seis para linhas municipais e dois para reserva técnica”, explica a Prefeitura.
Sobre os R$ 33 milhões, a Prefeitura diz que referem-se a investimentos de responsabilidade de concessionária e não subsídio por parte da Administração, finaliza a nota oficial, adiantando que o contrato de concessão vence em 2015, quando será realizado novo certame ou uma prorrogação, que irá depender de como está sendo realizado o serviço.
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