Cotidiano
A paralisação é descrita pela categoria como um alerta para uma mobilização maior, contra os cortes de investimentos e propostas de mudanças no marco regulatório do pré-sal
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A paralisação por 24 horas dos trabalhadores da Petrobras, para protestar contra as vendas de ativos da companhia, contará com a adesão de pelo menos 24 plataformas de produção, afirmam sindicalistas. Também devem parar unidades operacionais, como refinarias, terminais de gás e unidades de fertilizantes, o que pode prejudicar a companhia.
A paralisação é descrita pela categoria como um alerta para uma mobilização maior, por tempo indeterminado, contra os cortes de investimentos e propostas de mudanças no marco regulatório do pré-sal. "Amanhã teremos surpresas e até atos radicais", sinalizou nesta quinta-feira, 23,o sindicalista Deyvid Bacelar, representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobras.
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De acordo com levantamento do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Norte Fluminense, 24 unidades de produção confirmaram em assembleia a adesão ao movimento e vão paralisar as atividades a partir da 0h desta sexta-feira (24). A previsão é que nas unidades onde há adesão dos trabalhadores, a operação seja entregue às equipes de contingência, formadas por terceirizados e integrantes de áreas administrativas.
"Há um risco nessas operações, pois as equipes são subdimensionadas e despreparadas. A indicação é para os trabalhadores mudarem a ambiência das unidades para protestar contra a venda de ativos", avalia José Maria Rangel, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que lidera a mobilização.
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Há ainda outras 25 unidades em produção que não informaram os resultados de suas assembleias e quatro que não aderiram ao movimento. Em todas as sedes operacionais da companhia, e também em unidades administrativas, estão previstos piquetes, discursos, atrasos na entrada dos turnos e outros atos nas unidades, que contarão com adesão de trabalhadores da construção civil e de metalúrgicos, afetado pelas demissões e pelo corte nos investimentos no setor.
O conselheiro Deyvid Bacelar ressaltou que a greve é uma sinalização ao comando da companhia sobre o descontentamento dos trabalhadores com as diretrizes da empresa. "Há uma movimentação forte, a categoria está mobilizada para dar sinalizações à companhia e ao conselho de administração sobre a pauta política, contra os desinvestimentos. Quanto ao que vai ocorrer, cada base vai definir, é surpresa", indicou Bacelar, que é filiado ao PT e ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP). "Haverá surpresas em todo o País, até mesmo atos radicais em alguns locais. É tudo ou nada".
Segundo Bacelar, o objetivo é pressionar a companhia e o governo para uma mudança de rumo, em um momento de instabilidade política e disputa com a oposição. "O governo mais frágil está em disputa o tempo todo pelas forças políticas. Agora, aliados mais conservadores têm se fortalecido. A greve, pelo contrário, sinaliza às elites que esse processo pode ser parado e revertido", ponderou.
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A possibilidade de greve por tempo indeterminado é de "quase 100%", segundo Rangel. Para ele, o movimento pode "chamar a atenção do governo para o diálogo com os movimentos sociais, para olhar a pauta dos trabalhadores". Para o sindicalista, a saída para a crise econômica no País é a retomada de investimentos por meio da Petrobras, empresa que representa os maiores investimentos diretos no País.
"Não podemos ver a Petrobras vender ativos, cortar investimentos ou não se posicionar diante do projeto que tira seu direito sobre as áreas do pré-sal. Isso (o pré-sal) a coloca entre as mais importantes do mundo, regulando o ritmo de produção no futuro. A categoria entendeu o momento delicado que estamos e a importância de lutar pela retomada dos investimentos. Esperamos uma greve vigorosa e, hoje, a possibilidade de greve por tempo indeterminado é real ", completou Rangel.
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