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Apenas parte das unidades do campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP) pararam na manhã desta terça-feira, 27, primeiro dia da greve geral de professores, funcionários e alunos. As três categorias decidiram cruzar os braços contra o congelamento de salários de docentes e servidores em 2014, decisão tomada pelo Conselho de Reitores das três universidades estaduais paulistas na semana passada.
Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), uma das que tiveram maior adesão ao movimento, houve poucas atividades pela manhã. Alguns departamentos não abriram as portas, e a maioria dos alunos que circulavam pelo prédio se mobilizava para participar das assembleias gerais do movimento grevista. Aluno do curso noturno de Filosofia, Jorge Souza conta que foi ao campus Butantã, na zona oeste de São Paulo, para acompanhar a mobilização. "Pensei que o prédio da FFLCH nem abriria hoje", disse. Segundo ele, caso os professores do curso não suspendam as aulas, os estudantes pretendem fazer um cadeiraço para chamar a atenção da faculdade para o movimento.
Já na Faculdade de Economia e Administração (FEA), o clima de greve era fraco durante a manhã, a não ser pelos cartazes que convocavam para a assembleia dos alunos da unidade na hora do almoço. William Peixoto, aluno de Administração, conta que até agora a proposta de parar as atividades teve pouca repercussão entre os colegas. "A mobilização era bem maior durante a greve no ano passado (quando os estudantes ocuparam a reitoria por maior democratização da universidade)", afirmou. Segundo ele, ainda não houve comunicado de suspensão de classes.
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No fim da manhã desta terça, alunos e servidores de várias unidades ainda decidiam sobre a adesão à greve. A assessoria de imprensa da USP informou que os restaurantes universitários não abriram, mas o funcionamento do Hospital Universitário era normal nesta manhã. O balanço de paralisação das aulas ainda não foi concluído. De acordo com Diretório Central dos Estudantes (DCE), pelo menos oito cursos haviam decidido parar até a noite de segunda-feira, 26.
José Carlos Santos, professor da FEA, ainda não interrompeu as atividades, mas quer conversar com os colegas de unidade para decidir sobre a suspensão de aulas. "Se eles entrarem na greve, também não darei aulas", afirmou o docente, que é contra o pedido de mais verbas para as universidades estaduais, como pedem as entidades sindicais da USP. "De onde sairia esse dinheiro: da saúde? Da segurança?", questionou.
Representantes de professores, funcionários e alunos da USP pretendem ir nesta tarde a um ato na Assembleia Legislativa, onde haverá audiência sobre a crise nas universidades. Caravanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Paulista (Unesp) também estarão presentes e reivindicarão aumento nos repasses para o ensino superior público paulista.
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