Os estivadores de Santos já estão em greve há uma semana e não pretendem voltar ao trabalho / Nair Bueno/DL
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A greve dos estivadores completa, hoje, sete dias. Ela saiu das críticas entre trabalhadores e empresas e virou caso de polícia. De um lado, os trabalhadores acusam a Câmara de Contêineres de pressionar os vinculados a não aderir ao movimento e de outro os empresários divulgaram áudios em que pessoas ameaçam os fura-greve com agressões.
As empresas da Câmara de Contêineres do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) divulgaram alguns áudios atribuídos ao Sindicato dos Estivadores que contêm ameaças dirigidas aos seus colaboradores, vinculados.
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"Como os trabalhadores não demonstraram apoio a essa irresponsável greve decretada pelo Sindicato dos Estivadores, tais trabalhadores passaram a ser ameaçados por irem trabalhar. Veículos das empresas que transportavam estivadores vinculados foram interceptados nas ruas e os colaboradores obrigados a interromper sua ida para o trabalho. Isso não é um movimento grevista. Isso é crime!", informou o Sopesp.
De acordo com o Sopesp, "não é possível que o maior porto do Brasil ainda esteja submetido a esses tipos de ações, num movimento contra a aplicação de uma decisão judicial. As empresas continuam contando com as firmes atuações das Autoridades para a garantia da lei e da ordem, bem como o direito de ir e vir para quem quer trabalhar". Os áudios já foram enviados para as autoridades policiais para averiguação de autoria e responsabilização.
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Estiva
Questionado sobre a autoria dos áudios, o Sindicato garante que não reconhece a voz da pessoa que realizou todos os áudios. "Nenhuma ameaça partiu da Diretoria do Sindicato dos Estivadores da Baixada Santista. Nossa manifestação é pacífica e de conscientização para que o trabalhador vinculado apoie a greve que é de todos os Estivadores em busca de uma tentativa de reunião com a Câmara de Containers para que eles apresentem uma proposta ao contrário do Sindicato que já enviou duas sobre a campanha salarial 2019".
O Sindicato dos Estivadores afirma que os terminais de contêineres estão paralisados, mas os que estão funcionando utilizam mão de obra irregular. Eles garantem que a greve continua.
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Codesp
A Codesp, em conjunto com a Advocacia Geral da União, obteve Justiça liminar que determina que o Sindicato dos Estivadores se abstenha de atos que possam impedir ou bloquear os acessos terrestres e marítimos ao Porto de Santos. Referido Juízo fixou multa diária de R$ 100 mil, em caso de descumprimento. A decisão foi oficializada à Polícia Federal, PM e à Capitania dos Portos Todos os terminais portuários operam normalmente.