Cotidiano

Greve dos coletores de lixo de São Vicente é por tempo indeterminado

No segundo dia de paralisação em São Vicente, sacos de lixo ficaram amontoados em diversos bairros da Cidade

Publicado em 08/07/2014 às 23:50

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Quem percorreu as ruas de São Vicente na manhã de ontem, se deparou com sacos de lixo amontoados em lixeiras, nos cantos das ruas, nas praças e até pendurados em portões. O motivo é a greve dos funcionários da Terracom, que começou às 6 horas de segunda-feira e segue por tempo indeterminado. A categoria exige o pagamento do reajuste de 12,5% determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

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Segundo a balconista Gercina Gomes de Melo, moradora da Vila Voturuá, a coleta de lixo já deixa a desejar há tempos. “No governo desse prefeito (Luis Cláudio Bili), a coleta piorou muito. Agora, os lixeiros passam duas vezes por semana só. No governo do outro prefeito (Tércio Garcia) passavam todo dia. Há uns 15 dias, o caminhão do lixo ficou oito dias sem passar aqui”, reclamou a moradora da Rua Catalão. Em um sobrado da Avenida Dona Anita Costa, na Vila Voturuá, sacos de lixo foram pendurados no portão da propriedade. Já na Praça 1º de Maio, em frente à Avenida Antonio Emmerich, no Jardim Independência, vários sacos de lixo estavam depositados no chão junto ao poste da placa de identificação da praça.

Por causa da greve, a Administração Municipal providenciou a coleta de lixo, e enviou nota de esclarecimento à Imprensa: “A Prefeitura de São Vicente informa, por meio da Codesavi - Companhia de Desenvolvimento de São Vicente, que está ciente do proble ma e já montou esquema emergencial de limpeza urbana para minimizar o efeito da greve dos coletores”. A Reportagem observou um caminhão da Codesavi recolhendo os sacos de lixo no bairro Vila São Jorge, por volta das 12h30. De acordo com a presidente do Sindilimpeza, Paloma Santos, 300 trabalhadores de São Vicente e Praia Grande, ou seja, 100% dos quadros funcionais, aderiram à greve.

- Sacos de lixo acumulados ontem na praça localizada em frente à Avenida Antonio Emmerich (Foto: Luiz Torres/DL)

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A sindicalista explica que o TRT determinou à Terracom o pagamento do reajuste de 12,5% sobre os salários e benefícios da categoria retroativos à data-base que é em maio, e os valores descontados da remuneração de junho referente aos 14 dias de paralisação. Os empregados da Terracom cruzaram os braços entre os dias 2 e 16 de junho, durante as negociações do acordo coletivo de trabalho. De acordo com Paloma, o TRT proferiu a decisão sobre o Acordo Coletivo 2014/2015 em audiência realizada no dia 16 de junho, na sede do Tribunal, na Capital. A decisão foi publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho, no último dia 3. Ela afirmou que a empresa teria informado que ainda não pagou os funcionários por causa do feriado de hoje da Revolução Constitucionalista de 1932. “Por enquanto, a paralisação está sendo feita em São Vicente e Praia Grande. Se até quinta-feira depois do feriado, o pagamento não cair, as outras cidades (Cubatão, Guarujá e Bertioga) também vão parar”, afirmou Paloma.

Paloma disse que com a reposição o piso salarial dos coletores sobe de R$ 785,00 para R$ 888,00, o que ainda considera muito abaixo do piso médio do Estado. “Nós entendemos que ainda é um piso muito baixo. O ideal seria, no mínimo, R$ 1 mil. Em São Paulo (Capital), o piso da mesma categoria é de R$ 1.046,00. Sabemos que têm cidades no Estado que pagam até R$ 1.200,00”, afirmou a representante dos coletores. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Cubatão, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga (Sindilimpeza) representa, segundo Paloma Santos, entre 1.200 a 1.500 trabalhadores.

Paloma esclareceu ainda que há duas frentes sindicais representando os trabalhadores de limpeza urbana. Os funcionários da Terracom de Santos são representados por outro sindicato.

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