Cotidiano

Greve de garis continua e lixo acumula em cidades da Grande São Paulo

A categoria pede aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo oferece 7,68% de reajuste

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/03/2015 às 14:58

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Com a greve dos garis, que já dura três dias, o lixo continua se acumulando em cidades da Grande São Paulo e do ABC paulista. A categoria pede aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur) oferece 7,68% de reajuste.

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Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o sindicato patronal informou que os trabalhadores estão descumprindo a liminar determinando que 70% dos serviços de limpeza pública, coleta domiciliar e varrição de ruas devem ser mantidos. Em caso de descumprimento, a multa chega a R$ 100 mil por dia.

Presidente do Sindicato dos Empregados de Prestadoras de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verde Públicas e Privadas do ABC (Siemaco), Roberto Alves assegurou que a liminar está sendo cumprida. “Jamais iríamos descumprir uma decisão judicial. Na nossa avaliação, permanecem parados entre 25% e 30% da categoria”, declarou.

Na audiência da última terça-feira (24), a Selur rejeitou, pela segunda vez, a sugestão do desembargador Wilson Fernandes, de reajuste de 9,5%. Por meio de nota, o TRT informou que não há previsão de uma nova reunião de conciliação.

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O sindicato patronal encaminhou à Justiça uma lista com os nomes das localidades onde a liminar estaria sendo descumprida. “Hoje (26) e amanhã (27), o oficial de justiça irá aos locais indicados para verificar se a afirmação é verdadeira. Assim que houver um resultado, possivelmente na segunda-feira (30), o desembargador vai deliberar”, acrescentou a nota do TRT.

Segundo o presidente do Siemaco, os trabalhadores farão nova assembleia somente quando houver nova proposta. “Aceitar 9,5% será uma decisão da assembleia. Qualquer proposta terá de ser passada para decisão dos trabalhadores”, ressaltou.

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As cidades começam a sentir os reflexos da falta do serviço. De acordo com a Federação de Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo, 130 municípios são afetados pela paralisação. Entre as cidades em situação crítica estão as da região do ABC (exceto Rio Grande da Serra e São Bernardo do Campo), Piracicaba, Taboão da Serra, Guarulhos, Araçatuba, Osasco e Itanhaém.

Em Diadema, a prefeitura utiliza apenas três caminhões para coleta de 230 toneladas de lixo. De acordo com representantes da prefeitura, os caminhões conseguem recolher apenas 8,4 milhões por dia. A prefeitura reclama que a liminar para garantir os 70% da manutenção do serviço não está sendo respeitada na cidade.

Em Cotia, os caminhões foram impedidos de sair da base operacional e o serviço ficou prejudicado. A prefeitura pede aos moradores para armazenarem o lixo dentro de casa até que a coleta seja reestabelecida.

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Hoje, em Santo André, a Polícia Militar precisou intervir para que oito caminhões de coleta deixassem o aterro. Segundo a Prefeitura, houve confronto e os caminhões de resíduos precisaram ser acompanhados pela escolta da Guarda Civil Municipal. A PM permanece no aterro da cidade.

Na cidade de Osasco, a Prefeitura informou que estão mantidos os 70% exigidos pela liminar. Desde o início da paralisação, servidores da prefeitura foram deslocados para ajudar no recolhimento de lixo.

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