Cotidiano

Greenpeace lança campanha contra descontos da Sabesp a grandes empresas

Para se enquadrar no programa, as empresas devem ter um consumo mensal superior aos 500 metros cúbicos (m³). A partir desse volume, o cliente passa a ser enquadrado nas faixas de desconto

Publicado em 20/03/2015 às 15:49

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O organização não-governamental Greenpeace lançou hoje (20) uma campanha para pedir que o governo estadual e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) finalizem o contrato de demanda firme feito com mais de 500 estabelecimentos comerciais e industriais. O lançamento foi marcado por uma ação em frente ao prédio onde fica uma instituição financeira que faz parte dessa lista de empresas que recebem descontos nas tarifas de água e esgoto.

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A Sabesp divulgou no dia 10 deste mês a lista dos grandes consumidores de água da região metropolitana que possuem contratos de demanda firme. Os estabelecimentos comerciais e industriais enquadrados nessa modalidade recebem descontos de até 45% nas tarifas de água e esgoto. Foram publicados na página da empresa os nomes de 534 clientes, sendo que outros três participantes do programa têm contratos confidenciais.

Para se enquadrar no programa, criado em 2007, as empresas devem ter um consumo mensal superior aos 500 metros cúbicos (m³). A partir desse volume, o cliente passa a ser enquadrado nas faixas de desconto. Caso, ao fim do mês, o consumo seja menor do que o patamar estabelecido no contrato, a Sabesp cobra a diferença. Participam do programa hospitais, bancos, supermercados, universidades indústrias, condomínios comerciais e shoppings. Esses consumidores são responsáveis, segundo a Sabesp, pelo consumo de em média 1,9 milhão de m³ por mês, entre 2% e 3% de todo o consumo da região metropolitana, onde vivem 20 milhões de pessoas.

Os estabelecimentos comerciais e industriais enquadrados nessa modalidade recebem descontos de até 45% nas tarifas de água e esgoto (Foto: Matheus Tagé/DL)

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“Neste momento de crise hídrica que se estende por meses e que tende a continuar em São Paulo é absurdo que, enquanto a população tem falta d'água todos os dias há ainda grandes consumidores que consomem mais de 500 mil litros por mês e ganham desconto para isso. Estamos aqui defendendo a ideia de não tratar água como mercadoria, mas como um direito humano. E que seja priorizado o suprimento à população em detrimento a dar desconto ao consumo de grandes consumidores”, disse o coordenador de campanhas de Clima e Energia do Greenpeace, Pedro Teles.

O Greenpeace também lançou uma página na internet na qual os interessados poderão assinar uma petição para ajudar a pressionar o governo estadual e a Sabesp.

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