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“Saímos do Facebook”. É esta umas das diversas frases estampadas entre os muitos cartazes de manifestações que aconteceram no País na última semana. Mas, para saírem do Facebook, de fato, as mobilizações precisaram da ajuda das redes sociais. Em um fenômeno como o já visto na Primavera Árabe, Twitter e Facebook impulsionam a capacidade de articulação e organização dos movimentos, além de amplificarem o seu alcance.
Na última quinta-feira, um milhão de pessoas foram às ruas em 13 capitais, depois de uma semana inteira de protestos. “No Brasil nós já sabíamos do potencial de articulação, mas nunca tínhamos visto algo com essa magnitude”, afirma Sergio Amadeu da SIlveira, doutor em ciência política, professor da Universidade Federal do ABC e integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil.
As bandeiras levantadas são diversas, mas o ponto em comum é que a divulgação - tanto convocatória, como pela propagação das informações - ganha força na rede. Diante dessa situação, as instituições tradicionais, como os governos, terão de se adaptar e fortalecer mecanismos de diálogo.
“Eles vão ter que dialogar, já viram que porrete não resolve”, afirmou Caio Tulio Costa, doutor em ciências da comunicação e consultor de novas mídias. “As instituições, em poucas exceções, não estão em rede ainda e as que estão, estão de forma errada”, ressalta Costa.
De acordo com ele, as redes sociais devem ser usadas de “forma dialógica”. Amadeu complementa: “Os governos vão ter que se tornar mais transparentes, abrir mais espaço para participação. Do contrário, terão que lidar com essa capacidade interativa, essa aumento da capacidade de articulação do cidadão comum ou de grupos”.
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