Cotidiano

Governo sinaliza com mais etanol na gasolina para segurar preço

O ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou que negocia com o titular de Minas e Energia, Edison Lobão, o aumento da mistura de 25% do biocombustível, adotado hoje

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/04/2014 às 20:13

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O governo federal pode autorizar um aumento no porcentual de etanol anidro na gasolina para minimizar o impacto do preço do combustível fóssil para o consumidor final e ajudar os produtores de cana de açúcar. O ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou nesta quinta-feira, 11, que negocia com o titular de Minas e Energia, Edison Lobão, o aumento da mistura de 25% do biocombustível, adotado hoje. O mercado estima que seja possível elevar para 27,5%. Geller e Lobão tiveram reunião na noite de quarta-feira sobre o assunto. O expediente já foi utilizado outras vezes no governo Dilma Rousseff com esse objetivo.

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A produção de etanol anidro deve crescer 8,71% neste ano, segundo estimativas da safra 2014/15 divulgadas ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por outro lado, a produção de etanol hidratado, aquele que é colocado diretamente no tanque dos veículos, deve recuar 5,6%. Ainda assim, o volume de hidratado será maior do que o anidro na safra que começou em 1º de abril: 12,85 bilhões de litros de anidro e 15,51 bilhões de litros de etanol hidratado, segundo a estatal.

O coordenador-geral de açúcar e etanol do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, disse que a política de venda de anidro, por meio de contratos fechados diretamente com as distribuidoras de combustível, explica o crescimento consistente de produção. "Como o etanol anidro tem de ser contratado pelo distribuidor, isso dá segurança para o produtor", afirmou.

A produção de etanol anidro deve crescer 8,71% neste ano (Foto: Arquivo/DL)

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Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Neri Geller revelou a disposição do governo em evitar um novo aumento da gasolina, sobre a alta de 4% já repassada no dia 30 de novembro passado pela Petrobrás às refinarias para a gasolina comum. A decisão atenderia à política do Ministério da Fazenda de tentar segurar a inflação.

Mobilização

O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a decisão das usinas de aumentar a produção de anidro é parte de uma política de "mobilização" da produção que não significa menor interesse no hidratado.

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A avaliação de parte do governo é de que o aumento da mistura em 2,5 pontos porcentuais seria suficiente para convencer o setor a retomar investimentos no aumento da produção de etanol usado direto nos tanques de automóveis. Além de voltar a fazer o etanol ser atraente para consumo na bomba ante a gasolina. O embate interno no governo deve levar ao aumento da proporção de álcool na gasolina, um ano depois de o porcentual ter sido elevado de 20% para 25%, tendo em vista a corrente dominante preocupada com o peso da gasolina na inflação e o efeito que isso pode ter na campanha de reeleição de Dilma.

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