Cotidiano

GCM captura menores que furtaram saguis e papagaio no Orquidário de Santos

Os adolescentes também admitiram que, no momento da abordagem, planejavam furtar mais animais

Carlos Ratton e Isabella Fernandes

Publicado em 15/10/2024 às 09:00

Atualizado em 15/10/2024 às 11:47

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Agentes identificaram o grupo de adolescentes quando tentavam invadir o Orquidário noamente / Reprodução

Dois meninos, um de 11 e outro de 13 anos, foram os autores do furto de um Papagaio-De-Cara- Roxa e três saguis – dois da espécie Do-Tufo-Branco e um Da-Serra-Escuro, do Orquidário de Santos, no último domingo (13). As informações são da secretária de Segurança Pública Raquel Gallinati.  

Na madrugada desta terça-feira (15), a Guarda Civil Municipal de Santos (GCM) foi acionada para verificar a presença de suspeitos próximos ao canal, que de forma ilegal utilizaram como acesso ao Orquidário através da passagem de água de escoamento.

Ao chegarem ao local, os agentes identificaram um grupo de adolescentes, dois dos quais tentaram fugir ao notar a presença da viatura.

Após a perseguição, cinco menores foram apreendidos. Foram encontrados dois alicates de corte e uma lanterna. Durante a abordagem, um deles confessou a participação em uma invasão anterior ao Orquidário, ocorrida no domingo, com o intuito de furtar animais silvestres, incluindo espécies ameaçadas de extinção.

O que confessou e outro foram identificados nas câmeras de segurança como os autores do furto. Os adolescentes também admitiram que, no momento da abordagem, planejavam furtar mais animais, com o auxílio dos demais integrantes do grupo.

Todos foram recolhidos à delegacia para os devidos procedimentos. Três foram liberados aos cuidados de seus responsáveis, enquanto os dois foram levados à casa de acolhimento, pois não foi possível localizar familiares.

Um deles ainda revelou que um dos macacos furtados ainda estava em sua posse, mas não soube informar seu endereço. Ele confessou que o papagaio foi vendido por R$ 400,00.

“Infelizmente, até o momento, os animais silvestres, que desempenham papel crucial no equilíbrio ambiental e estão em risco de extinção, não foram recuperados apesar da confissão. Todos os envolvidos são menores de 14 anos”, explica Raquel. Um novo boletim de ocorrência foi feito.  

“Cumprindo a lei na preservação da dignidade e segurança dos menores que estavam de madrugada sozinhos sem os genitores e responsáveis na rua, o Conselho Tutelar é os responsáveis foram acionados”, finaliza a secretária.

Espécies

O Papagaio-De-Cara-Roxa (Amazona brasiliensis) é uma das espécies mais visadas no tráfico de animais, o que contribui para seu status de espécie ameaçada de extinção. Conhecido também como Chauá, esse papagaio caiçara enfrenta graves desafios devido à destruição de seu habitat na Mata Atlântica e às dificuldades de reprodução em cativeiro.

Sua plumagem verde vibrante com detalhes em vermelho, roxo e azul o torna alvo frequente de caçadores. Além do tráfico, a perda de áreas naturais agrava ainda mais a diminuição da sua população.

O Sagui-Do-Tufo-Branco (Callithrix jacchus) e o Da-Serra-Escuro (Callithrix aurita) são duas espécies de primatas brasileiros fortemente impactadas pelo tráfico ilegal de animais e pela destruição de seus habitats naturais, ambos localizados na Mata Atlântica.

O primeiro é nativo de diversas regiões desse bioma, se destaca pelos tufos brancos ao redor das orelhas, contrastando com sua pelagem acinzentada.

Essa espécie, adaptável a diferentes ambientes, incluindo áreas urbanas, também sofre com a captura ilegal para o comércio de animais de estimação.

Por outro lado, o Sagui-Da-Serra- Escuro, endêmico das regiões montanhosas do sudeste do Brasil, é caracterizado por sua pelagem escura e tufos pretos nas orelhas.

Esta espécie enfrenta uma pressão adicional devido à competição com espécies invasoras, como o Sagui-Do-Tufo-Branco, além da destruição de seu habitat pelo desmatamento e expansão urbana.

Apesar do pequeno porte, o Da-Serra-Escuro é um dos primatas mais ameaçados do País, com sua população em declínio constante devido ao comércio ilegal de animais.

Conforme já informado pela Prefeitura, trata-se da primeira ocorrência do gênero registrada no parque, onde os tratadores identificaram a falta dos animais no início do expediente deste domingo (13), por volta das 9 horas, quando imediatamente acionaram as autoridades policiais, que também atuam (24h) no Centro de Controle Operacional do Município.

Informou ainda que toda a segurança do parque será reforçada pela Guarda Civil Municipal (GCM). A população pode denunciar o paradeiro dos animais e crimes contra animais pelos telefones 153 (GCM) e 181 (polícia ambiental).

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