Cotidiano

Gasolina puxará IPCA de dezembro, dizem economistas

O economista Fernando Parmagnani observou que dezembro deve ser impactado pelos reajustes de energia elétrica, água e esgoto, além do cigarro

Publicado em 06/12/2013 às 15:22

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A consultoria Rosenberg & Associados estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar da taxa de 0,54% registrada no mês de novembro, anunciada nesta sexta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 0,81% em dezembro. O economista Fernando Parmagnani justificou a projeção de avanço do índice dizendo que, no próximo mês, entrará na conta o reajuste de combustíveis anunciado pela Petrobras no dia 29 de novembro. "Isso pode adicionar 0,11 ponto porcentual no IPCA", disse.

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Parmagnani observou que dezembro deve ser impactado pelos reajustes de energia elétrica, água e esgoto, além do cigarro. O economista disse ainda que os grupos Vestuário e Alimentação devem acelerar em razão da sazonalidade de fim de ano. "Por questão de safra, também pode haver impacto maior do etanol no índice de inflação." A Rosenberg esperava alta de 0,59% do IPCA em novembro, ante o 0,54% divulgado pelo IBGE. Parmagnani destacou a queda do grupo Alimentação, de 1,03% em outubro para 0,56% em novembro. "No caso das carnes, a taxa de variação recuou de 3,17% para 0,92% entre os dois períodos." A Rosenberg espera que o IPCA encerre 2013 em 5,8%.

Já para a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, a queda no preço dos alimentos em novembro foi uma surpresa e deve impactar nas estimativas para a inflação de dezembro e também do fechamento de 2013. "Ainda estamos com a projeção de 0,76% para dezembro e de 5,8% para o fim do ano, mas devemos dar uma lapidada para baixo nas projeções para mês e para o ano", afirmou. A consultoria esperava alta de 0,60%.

A principal diferença veio da alimentação em domicílio, diz ela. "Dentro de alimentação em domicílio tivemos alguns movimentos mais intensos de desaceleração, como carnes, que passou para 0,92%. No IPCA-15 tinha sido de 2,34% e em outubro os preços haviam registrado alta de 3,17%. Foi uma boa desaceleração, mais forte de que imaginávamos", disse.

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A consultoria Rosenberg & Associados estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar da taxa de 0,54% registrada no mês de novembro (Foto: Divulgação)

Para dezembro, segundo Alessandra, a projeção de 0,76% leva em conta o reajuste nos combustíveis e também a possibilidade de aumento no preço no cigarro. "Já houve reajuste do cigarro na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Rio de Janeiro. Estamos esperando o reajuste para São Paulo. É um peso importante que faz toda diferença para dezembro", explicou.

A economista destacou ainda que chama atenção o índice de difusão do IPCA, que ainda é alto. Ou seja, a disseminação da alta dos preços dentro dos itens do IPCA. "A pressão dos preços é generalizada, o que é ruim. Ainda que o resultado de novembro tenha vindo um pouco abaixo do esperado, o índice de difusão gera um pouco de desconforto para o início de 2014", afirmou. Em novembro, o índice de difusão foi de 68,2%, contra 67,7% em outubro.

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Alessandra ressaltou que a inflação de serviços ainda se mantém em um nível elevado e pressiona negativamente os preços para o ano que vem. "A inflação de serviços, com exceção de passagem área, que é muito volátil, está resistindo. Terminou 2012 em 8,4% e agora, em 12 meses, está em 8,5%", disse. Segundo ela, os preços dos serviços mostram força ainda. "Parou de subir, mas ainda está num patamar alto. É um motivo de desconforto e ajuda a entrarmos 2014 com um quadro não muito favorável", reforçou. Para 2014, a consultoria ainda trabalha com expectativa de inflação de 6%.

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