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Oito mil profissionais qualificados na Baixada Santista para atender os mercado de gás e petróleo e construção civil. Esse número compõe o universo de 43 mil pessoas que deverão ingressar nos cursos de aprendizagem industrial e técnico, conforme a demanda de mercado do Estado de São Paulo. As vagas que já foram abertas foram anunciadas pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que esteve ontem na Baixada Santista nas cidades de Cubatão e Santos.
Segundo Skaf, os cursos e o número de vagas são definidos conforme a demanda do mercado de trabalho em várias áreas. Para atender a necessidade de mão-de-obra qualificada para atuar na Petrobras, na Região, serão qualificados cinco mil trabalhadores.
Já a construção civil terá oferta de mais três mil profissionais qualificados. Com o crescimento desse ramo, a demanda de mão-de-obra aumentou de 280 mil para 420 mil. E para atender essa fatia do mercado, estão sendo abertas 42 mil matrículas para eletricista, pintor, ajudante, pedreiro. “Ampliamos as vagas em 16 mil. Vamos atender 100% da demanda para a construção civil no Estado”.
Os cursos serão ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “São cursos de 1.600 horas -- dois anos de duração. Os cursos são gratuitos. Fora isso teremos no Senai esse ano mais um milhão de matrículas de ensino continuado. São cursos demandados pela vida real, cursos demandados pela indústria, pela necessidade”.
Conforme o presidente da Fiesp e do Senai, 700 mil vagas são gratuitas e 300 mil vagas são para cursos que serão pagos pelos estudantes. De acordo com Skaf, entre os cursos pagos, os preços praticados serão metade ou um terço do preço de mercado.
O presidente da Fiesp afirmou que estão sendo investidos R$ 200 milhões nestes cursos. Os cursos são voltados para profissionais que já atuam nessas áreas e para quem busca qualificação para entrar no mercado.
Desenvolvimento X logística
A logística de transporte, ainda na contramão do desenvolvimento industrial e portuário, é uma das preocupações elencadas pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Ele acredita que o rodoanel que trará melhorias no fluxo de veículos na Capital causará ainda mais congestionamentos no Sistema Anchieta-Imigrantes.
Atualmente, a demanda de caminhões com destino ao pólo industrial e às margens direita e esquerda do porto de Santos superou a capacidade do sistema e as vias urbanas, gerando um dos mais insolúveis gargalos da atividade portuária, na Região.
“Precisamos nos preocupar com a logística porque os congestionamentos tendem a se agravar na parte do porto de Santos. Nosso departamento de infra-estrutura está acompanhando tudo de perto tanto de uma forma macro quanto micro. O porto de Santos poderia se chamar porto do Brasil porque aqui passam um quarto do nosso comércio exterior. Então é fundamental termos aqui um porto de excelência”.
Produção de navios
Em Cubatão, o presidente da Fiesp lançou um desafio. Paulo Skaf indagou porque o Estado, especialmente a Baixada Santista onde está situado o maior porto da América Latina não produz navios. “Lancei um desafio. Aqui nós produzimos a chapa grossa. Por que não produzir navios no Estado de São Paulo. Temos investimentos para a construção de navios em Pernambuco. O que impede de produzirmos navios aqui?”.
Skaf aprova o projeto do Porto Industrial-Naval de Cubatão que tem orçamento preliminar de US$ 350 milhões. O projeto vislumbra a construção de estaleiro justamente para a produção de navios. Segundo o prefeito de Cubatão Clermont Silveira Castor, embora de grande vulto, o projeto não atraiu interesse da iniciativa privada até agora. Entretanto, Fiesp e Prefeitura discutirão o empreendimento em breve, conforme adiantou Skaf.
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