Cotidiano

Garagem da Terracom é alvo de protestos em São Vicente

Moradores da Náutica fazem barulho na Câmara; Ministério Público vai investigar o caso

Publicado em 28/02/2015 às 00:34

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Com máscaras hospitalares e um abaixo-assinado com mais de 300 assinaturas, moradores da Rua Nicarágua, na Cidade Náutica, em São Vicente, protestaram na última quinta-feira na Câmara Municipal. O grupo reivindica a paralisação dos serviços da Terracom em garagem localizada na Praça Winston Churchill. Na área, caminhões de coleta de lixo urbano estão pernoitando com resíduos. Também há denúncia de transbordo irregular de detritos durante a madrugada.

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“Depois que a imprensa esteve lá, eles maquiaram o local. Os caminhões não entram mais pela Nicarágua e agora limpam tudo com detergente e desinfetante, porém o cheiro e o chorume que vaza na rua são os mesmos”, disse um dos moradores durante a reunião com os vereadores.

O Diário do Litoral esteve no local na semana passada e constatou a entrada e a saída de caminhões com lixo. A área, que anteriormente era ocupada por uma empresa de ônibus, está sendo utilizada pela Terracom desde o último dia 14 para o garageamento e limpeza de veículos. A instalação da companhia no local gerou a revolta dos moradores, que passaram a conviver com mau cheiro, proliferação de insetos e o derramamento de chorume na via.

“O fiscal da Cetesb foi lá e disse que não encontrou nada de anormal. De certo estava com o nariz entupido. Fizemos o vídeo do transbordo de lixo na madrugada. São mais de 10 caminhões dormindo com lixo lá. Saem cedo para o aterro (Sítio das Neves)”, disse outro morador. Eles exigem a saída dos caminhões, alegando que a empresa não possui licença para realizar esse tipo de operação no local. “Que façam em uma área que não seja residencial. Não queremos tirar o problema de lá e levar para outro lugar. Eles não possuem nem estudo de impacto ambiental”, destacou.

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O presidente da Câmara de São Vicente, vereador Alfredo Moura (Pros), disse que esteve no local e constatou a reclamação dos moradores. “A empresa não possui alvará para esse tipo de operação. Por se tratar de uma região de comércio, ela pode atuar com estacionamento e garageamento, uma vez que ali já existia uma empresa de ônibus. No entanto, não tem permissão para operar lixo. A Prefeitura deu um prazo de 10 dias, que termina no domingo (amanhã) para eles se adequarem. Vamos acompanhar o caso”, afirmou.

Grupo de moradores foi recebido por vereadores durante sessão na Câmara (Foto: Daniela Origuela/DL)

Ministério Público

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Na segunda-feira, os moradores do entorno da garagem vão protocolar uma representação no Ministério Público. Ontem, eles estiveram no órgão em uma reunião informal com o promotor do Meio Ambiente. Participaram do encontro representantes da Prefeitura e da Terracom.

“A audiência de ontem foi relativa ao inquérito que tratava da garagem da Terracom na Rua Frei Gaspar. Os moradores acionaram a Justiça há dois anos. Como viu pela mídia que o problema também estava ocorrendo conosco, ele decidiu nos chamar”, disse Roberto Duarte, morador da Rua Nicarágua.

Segundo Duarte, durante a reunião os representantes da Prefeitura disseram que desconheciam as denúncias apresentadas pelos moradores e que tinham enviado um fiscal ao local. A Terracom também teria negado o estacionamento de caminhões cheios no local e a operação de transbordo. “Mostramos as fotos que fizemos. As imagens dizem tudo”, disse.

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Ainda de acordo com o morador, o promotor solicitou à empresa a paralisação imediata desse tipo de operação (com lixo) e informou que a Prefeitura deve fiscalizar o local. “Ele nos pediu que na segunda-feira a gente protocolasse a representação no Ministério Público. Ele vai oficiar a Cetesb para obter informações”, afirmou Duarte. 

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