Continua depois da publicidade
Adquirir um óculos de grau gratuito e ter a liberdade de escolher a armação que combine com o rosto é um privilégio. Entretanto, arcar com tal necessidade visual, não sai por menos do que R$300,00. Por esta razão, o Fundo Social de Solidariedade de Guarujá possui um Banco de Óculos, constituído por doações dos munícipes e também pela parceria com o Lions Clube de Guarujá( Avenida Vicente de Carvalho, 275 – Jardim Boa Esperança). Assim, quem precisa mas não pode, passa a poder ter um óculos de grau, sem custo algum.
Com a receita do Sistema Único de Saúde (SUS), que indique o problema de visão e o grau necessário, o paciente pode procurar um Centro de Referência e Assistência Social mais próximo de sua residência, ou ir até o Fundo Social de Guarujá para receber o atendimento de uma assistente social. O trabalho realizado pelas assistentes sociais consiste em saber a condição financeira do paciente, ou do responsável (caso seja criança), para então ceder um documento que autoriza a escolha gratuita da armação.
Continua depois da publicidade
A prioridade do Banco é atender crianças e pessoas com mais de 60 anos. “As mães nos procuram porque o filho que está na idade escolar, às vezes está mal no aprendizado por falta de óculos. E o idoso porque precisa de uma qualidade de vida, pois, assim como as crianças, eles são mais vulneráveis. Quanto ao adulto sem limitações, por mais difícil que seja, é possível fazer um trabalho extra que dá para adquirir o óculos”, explica a assistente social do Fundo, Magali Marques.
De acordo com a diretora do Fundo Social de Solidariedade de Guarujá, Adriana Rocha, o Fundo chega a atender, em média, 30 pessoas por mês. Segundo ela, qualquer pessoa pode doar o ano inteiro. “Se tem aquela armação guardada no armário, então faça essa benevolência, porque a gente sabe o quanto faz falta um óculos para quem tem problema de visão. E nós sabemos que o óculos não é uma coisa barata”, ressalta, Adriana.
Continua depois da publicidade
Vencendo obstáculos – Inicialmente, usar óculos de grau traria a chance de Antônio dos Santos enxergar com mais clareza, mas hoje os óculos permitem que ele enxergue com entendimento. De segunda à sexta-feira, Santos frequenta às aulas na Escola Municipal Vereador Francisco Figueiredo, cursando a 2ª série do fundamental.
“Na primeira vez que fui a ótica eu segui o endereço e perguntei a um senhor que passava na rua, onde ficava a ótica. Daí ele disse, ‘olha para cima’. Isso para mim foi humilhante. Na mesma hora eu decidi: vou aprender a ler, para não ter que depender mais de ninguém.”
O óculos de grau é o acessório mais importante do dia a dia de Santos. “De dia ainda dá para ver um pouco. Mas, a noite dificulta a visão, e é nesse horário que estou na escola. Então, preciso para fazer minhas lições”, explicou. Com 68 anos, Santos passa pelo terceiro encaminhamento no Fundo Social. Devido à idade, seu grau tende a aumentar e a recomendação do médico é que realize consultas no oftalmologista, uma vez por ano.
Continua depois da publicidade
Com a renda de um salário mínimo, Santos é recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Não tenho 13º, então quando tentei comprar um óculos, desisti. Porque o que eu me agradei era na faixa de R$700, então eu ia comer o que se comprasse?”, contou Santos. Com o Banco de Óculos, ele não precisa deixar de pagar suas despesas básicas e pode ir tranquilo não só escola, mas ao Centro de Atendimento à Terceira Idade (Cati). Ativo, Santos pratica dança e Tai Chi Chuan no Cati e a cada dia toca sua vida independente.
Continua depois da publicidade