Funcionáros afastados do Cemitério de Cubatão prestam depoimento

A Comissão Especial de Vereadores (CEV) da Câmara de Cubatão ouviu dois dos três funcionários afastados após denúncias de irregularidades no Cemitério Municipal. O chefe de Divisão Paulo Martins do Nascimento e o chefe de Serviço Wellington Santos Campos prestaram depoimentos na tarde de ontem, mas preferiram não falar com a imprensa presente no local.

“Todos os depoimentos que ouvimos até agora foram importantes para a investigação. Sobre os oitivas de hoje posso adiantar que encontramos algumas contradições que precisam ser esclarecidas e, para isso, faremos acareação entre as partes”, explicou o relator da CEV, vereador Dinho Heliodoro (SDD).

Os três funcionários afastados - inclui um ex-chefe do Cemitério, Dalmir dos Santos - foram convocados após terem seus nomes mencionados na maioria das denúncias feitas até então. Dalmir não compareceu à Câmara. “Segundo a Administração, ele não foi encontrada para que a convocação fosse feita. Nem para as oitivas da Câmara, nem para ser ouvido pela comissão do Executivo que também investiga o caso. Sabemos que está com problemas de saúde”, afirma Heliodoro. Segundo o vereador, na próxima segunda- feira, dia 29, a comissão deve se reunir para traçar os próximos passos. “Devemos convocar novamente o funcionário afastado que ainda não ouvimos, o presidente da comissão do Executivo que investiga o caso, secretário de Saúde Rafael Abreu, e o secretário de Gestão responsável pelo Cemitério em 1997, Marco Antônio De Stéfano”, garantiu o vereador.

A comissão da Câmara foi criada após denúncias da funcionária pública Roberta Reis sobre o desaparecimento dos restos mortais do marido Luiz Antônio dos Reis Neto. O caso foi publicado com exclusividade pelo Diário do Litoral em 20 de agosto. Desde lá, mais dois casos foi denunciados aos vereadores e à imprensa: a professora Silvia procura os restos mortais do pai, exumado em 2014, e a dona de casa Neide França busca as ossadas da mãe.

Política

Na última quinta-feira, dia 25, a prefeita Marcia Rosa convocou a imprensa para dar esclarecimentos sobre o andamento das investigações por parte da Prefeitura. “Estamos fazendo uma investigação detalhada e apurada, não omitimos nenhuma informação. E não podemos admitir que o sofrimento de tantas pessoas se torne espetáculo político, como está sendo feito por algumas pessoas”, afirmou a chefe do Executivo.

A declaração da prefeita não agradou os integrantes da comissão. “O que é inadmissível é uma pessoa achar que a mãe está em sua campa e lhe ser apresentado uma ossada com duas pernas e ela ter sido enterrada com uma. Politicagem fez a administração quando em um dia ouviu a Roberta e no outro proibiu os funcionários que depor à comissão da Câmara”, afirmou.