Cotidiano

Funcionários se queixam das condições de trabalho em empresa de “call center”

Sistema de controle de produtividade da empresa é uma das queixas dos empregados

Publicado em 29/06/2015 às 10:52

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Obrigação de entregar pessoalmente um atestado médico, em um prazo de 72 horas (não possibilitando que um parente possa apresentar esse documento na empresa), ter pouco acesso ao setor de Recursos Humanos e trabalhar em situações de cobranças rigorosas. Essas são, segundo relatos ouvidos pelo Diário do Litoral, as condições a que estão expostos os funcionários do sistema de “call center” da Tivit em Santos.

Quem trabalha no “call center” da Tivit encontra algumas cadeiras sem a regulagem de altura ou com problemas na parte do encosto da coluna. A carga horária é de 6h20 por dia, com salário inicial de R$ 788,00.

Funcionários ouvidos pela Reportagem contam que há três intervalos por jornada, dois de 10 minutos e um de 20 minutos. Os problemas ocorrem quando um atendente tem de ir ao banheiro fora desses horários. Essas paradas, chamadas de “pausa pessoal”, não são proibidas, mas alvo de pressão de superiores. “Deixam claro que usar essas pausas pessoais seguidamente faz baixar nossa taxa pessoal e da equipe”, relata uma atendente.

Trabalhar em um sistema de “taxa pessoal” ou de equipe, afirma, é entrar em um esquema de pontuação por produtividade, muitas vezes não muito entendido pelos funcionários.
Quem trabalha em empresas de telefonia, por exemplo, acaba sendo pressionado para não deixar muitos clientes terminarem o contrato com a empresa. Caso isso aconteça, “baixa a taxa” desse atendente.

“Dizem que quem tem uma produção boa, recebe uma variável no salário, mas isso é um mistério”, destaca uma funcionária.

Funcionários têm três pausas em cada jornada de 6h20, duas de 10 minutos e uma de 20 minutos (Foto: Matheus Tagé/DL)

Outra questão levantada pelos funcionários diz respeito à necessidade de se chamar um táxi para encaminhar alguém, quando o caso não é grave — em casos graves é acionada uma ambulância. “O táxi só pode levar o funcionário para o Hospital São Lucas ou para a Santa Casa”, informa outra atendente. Caso o trabalhador queira ser atendido em outra unidade de saúde tem de arcar com a despesa até o local.

O setor de Recursos Humanos funciona somente até as 16 horas, sendo que somente uma vez por mês há um plantão noturno, mas há pouca informação desse expediente.

Quase sem resposta

O Diário do Litoral procurou a Tivit, que demorou dois dias para praticamente não responder aos questionamentos feitos pela Reportagem.

A Assessoria de Imprensa da empresa encaminhou uma nota informando que “a Tivit é comprometida e preza pelo bem-estar e desenvolvimento de seus mais de 28 mil colaboradores. Neste sentido, a empresa esclarece que segue rigorosamente a legislação vigente e adota as melhores práticas de gestão do mercado mundial”.

Ainda segundo a nota, “para apoiar seus colaboradores, a empresa disponibiliza quatro canais diferentes de atendimento aos seus colaboradores, incluindo um de Ouvidoria, que visam tratar de forma imparcial, justa e totalmente sigilosa qualquer situação que não esteja alinhada aos valores e procedimentos da companhia. Todos esses canais estão à disposição e são amplamente divulgados aos colaboradores”.
 

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