Cotidiano
Nove pessoas ficaram feridas, incluindo dois especialistas da missão das Nações Unidas, disse a missão da ONU para estabilização do Mali em um depoimento
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Um homem armado e mascarado disparou tiros num restaurante popular entre estrangeiros na capital do Mali. Cinco pessoas morreram, incluindo um cidadão francês e um belga, segundo informações de autoridades e testemunhas. A França e a Bélgica condenaram o ataque no La Terrasse, o restaurante e bar em Bamako, e os ministros de Relações Exteriores dos países confirmaram as mortes de seus cidadãos.
Nove pessoas ficaram feridas, incluindo dois especialistas da missão das Nações Unidas, disse a missão da ONU para estabilização do Mali em um depoimento. Os dois são soldados suíços e estão sendo enviados para o Senegal para receberem tratamento, informou o Ministério de Defesa da Suíça.
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Ibrahim Coulibaly, uma testemunha do caso, descreveu o ataque.
"Eu vi uma pessoa mascarada com uma grande arma, parecida com uma metralhadora, subir as escadas até o bar", contou Coulibaly. "Num primeiro momento pensei que fosse uma piada, mas alguns segundos depois ouvi o primeiro tiro. Pessoas começaram a gritar e então veio uma série de tiros. Foi quando eu percebi que era sério e me escondi", completou.
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Segundo a testemunha, na sequência o homem encapuzado desceu as escadas, passou pelo bar e viu o cidadão belga que estava correndo em direção ao carro. Então o atirador disparou contra ele. "Depois o autor do ataque entrou num carro e saiu, ele não falou com ninguém", relatou ainda Coulibaly.
Outra testemunha, Hamadou Dolo, deu informações diferentes. Ele afirmou ter visto dois homens armados correrem para fora do estabelecimento e entrarem num carro que estava sendo dirigido por um comparsa.
O presidente e o primeiro ministro do Mali visitaram o local do crime e descreveram o episódio como "um ato criminoso e terrorista". Em comunicado, o governo disse que uma investigação foi aberta comprometeu-se a responsabilizar os criminosos.
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O ministro de Relações Exteriores belga, Didier Reynders, denunciou o "covarde ato de terror". Já o ministro francês, Laurent Fabius, afirmou que "será preciso fazer de tudo para encontrar os responsáveis" pelo crime.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que atualmente visita a França, chamou o ataque de "covardia". "Ao final, isso apenas reforça nossa decisão de lutar contra o terrorismo em todas as suas formas onde ele existir", afirmou. Kerry acrescentou que os ataques não intimidam: "têm o efeito exatamente oposto", declarou.
O gabinete do presidente francês François Hollande disse que a segurança foi imediatamente reforçada em instalações francesas. Em comunicado, informou ainda que a embaixada francesa criou uma célula de crise para ajudar os expatriados em Bamako.
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Hollande conversou com o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, para mostrar seu apoio. Eles "decidiram sobre medidas comuns para aumentar a segurança no Mali", disse o gabinete francês em nota, sem dar mais detalhes sobre quais seriam essas medidas.
Forças francesas lideraram uma operação militar no início de 2013 que expulsou em grande escala extremistas ligados a Al Qaeda de uma vasta área que eles controlavam no nordeste do Mali. A operação militar na região continua e combates esporádicos e enfrentamentos ainda acontecem. Atos de violência vinham sendo algo raro em Bamako apesar da contínua agitação no norte do país.
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