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Em uma tentativa de angariar apoio para um plano de paz que criaria um Estado Palestino no prazo de dois anos, a França organizou nesta terça-feira um encontro entre o secretário-geral da Liga Árabe, ministros palestinos e egípcios e o ex-presidente de Israel, Shimon Peres.
A reunião acontece no momento em que a França procura apoiadores para uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que poderia ser a catalisadora das conversas de paz. Os franceses, liderados pelo ministro de Relações Exteriores Laurent Fabius, acreditam que este rascunho é mais palatável que a resolução apoiada pela Jordânia, também em discussão.
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Países europeus, frustrados por décadas de negociações de paz inconclusivas, pressionam pelo reconhecimento do Estado Palestino. Entretanto, não existe consenso sobre a ideia de se estabelecer 2016 como o prazo para que isso aconteça. A Alemanha é um dos países que mais reluta em apoiar uma data limite.
O ex-presidente israelense Shimon Peres defende que as negociações comecem antes do estabelecimento de um prazo. Ele também alega que este não é um bom momento para qualquer ação mais decisiva nesta discussão, uma vez que Israel está no meio do processo eleitoral. "Há uma necessidade e um momento para o Estado Palestino", afirmou Peres. "Acredito que seria melhor chegar a ele através do acordo e não de uma imposição."
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Fabius discutiu na segunda-feira o rascunho do plano com o secretário de Estado norte-americano John Kerry. Diplomatas franceses afirmaram que os Estados Unidos se opõem ao plano da França, mas acreditam que eles possam trabalhar em uma solução que agrade aos norte-americanos.
Kerry não informou a posição americana sobre a sugestão para que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) defina um quadro de negociações, mas reforçou a oposição do país a qualquer esforço para prejudicar o processo eleitoral de Israel. Ele enfatizou a importância das nações evitarem tudo o que interfere ou "pode ser percebido como uma interferência" nas eleições israelenses previstas para março.
As prioridades, de acordo com Kerry, devem ser o fim da crescente violência entre israelenses e palestinos e a criação de condições para uma eventual retomada de negociações de paz. "No final, contudo, isso não cabe à comunidade internacional", afirmou Kerry. "Isso tem de ser decidido pelas partes", acrescentou.
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A França, que enfrenta uma onda de sentimento antissemita, também tem razões domésticas para trabalhar por essa causa. A violência no Oriente Médio costuma se traduzir em protestos na França, país que abriga uma das maiores comunidades muçulmanas e judias da Europa Ocidental.
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