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O presidente da França, François Hollande, informou hoje (20), durante uma cerimônia em Paris, que novas medidas contra o terrorismo serão anunciadas amanhã (21) pelo primeiro-ministro, Manuel Valls. Ele enfatizou que a prioridade, neste momento, é a proteção dos cidadãos franceses.
Hollande adiantou que o governo pretende, entre outras medidas, reforçar o sistema de inteligência com o objetivo de ampliar o controle sobre o movimento de suspeitos jihadistas em território francês, monitorar melhor as atividades ligadas ao terrorismo na internet e isolar presos extremistas, para evitar a radicalização de outros detentos nas penitenciárias.
Durante encontro com jornalistas, o primeiro-ministro Manuel Valls ressaltou que os atentados terroristas de Paris expuseram o “apartheid ético, social e geográfico” presente na sociedade francesa. “Alguns foram relegados aos subúrbios, aos guetos. Miséria social, à qual se soma a discriminação diária por não ter o sobrenome certo, a cor de pele certa, ou por ser uma mulher. Não estamos, de maneira alguma, buscando justificativas, mas precisamos olhar também para a realidade de nosso país”, afirmou.
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Valls defendeu o secularismo, sistema ético que prega a imparcialidade em relação a questões religiosas. “É importante retomar a batalha pelo secularismo. Uma batalha que, por fraqueza ou falta de cuidado, abandonamos por muito tempo”. Ele disse ainda que “a ameaça do terrorismo em toda a sua diversidade nunca foi tão grande”.
O jovem Lassana Bathily, de 24 anos, que arriscou a vida para salvar pessoas durante o ataque a um supermercado judeu em um subúrbio de Paris, no último dia 9, recebeu, do Ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, a cidadania francesa. O jovem muçulmano, que nasceu no Mali, Norte da África, escondeu reféns dentro de um freezer para evitar que eles fossem encontrados pelo terrorista Amedy Coulibaly.
Em Paris, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, visitou os locais dos atentados terroristas e deixou coroas de flores em homenagem às vítimas. Ele relembrou os ataques de 11 de setembro de 2011, em Nova York. “Paris e Nova York têm trilhado o mesmo caminho de várias maneiras. Temos suportado o peso do terror por muitos anos, e mostrado ao mundo, cada um à sua maneira, um exemplo de tolerância e inclusão, de uma sociedade pluralista e multicultural”, observou o prefeito.
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