Cotidiano

Fotógrafo ferido em confronto contra a polícia corre risco de perder a visão

De acordo com boletim divulgado pelo hospital, ele sofreu "sérias lesões intraoculares" e deve ter alta neste domingo, 16

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/06/2013 às 22:22

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O fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, de 32 anos, que foi atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha enquanto trabalhava no protesto realizado anteontem, corre o risco de perder a visão, contou sua mulher, a jornalista Kátia Passos, de 37. Na tarde desta sexta-feira, Silva foi submetido a uma cirurgia de sutura da córnea no Hospital Olhos Paulista, na zona sul de São Paulo. De acordo com boletim divulgado pelo hospital, ele sofreu "sérias lesões intraoculares" e deve ter alta neste domingo, 16.

Segundo Kátia, o fotógrafo se protegia atrás de uma banca de jornal, com uma blusa amarrada no rosto para se proteger do gás, quando foi surpreendido pelo tiro. "Acredito que os policiais miraram no rosto dele, por pura maldade. Como a visão é o principal instrumento de trabalho de um fotógrafo, essa lesão com certeza vai atrapalhá-lo."

A repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, que também teve um olho atingido por uma bala de borracha, sofreu uma hemorragia e segue internada.

Balas de borracha e estilhaços das bombas de efeito moral disparados pela polícia durante o protesto atingiram também quem estava trabalhando ou a caminho de casa. O frentista José Lopes Ferreira Filho, de 55, desmaiou no posto de gasolina onde trabalha, na Rua da Consolação, no centro. "Fui o único funcionário que ficou no meio da fumaça. Nunca havia sentido tanto medo de morrer."

Na tarde desta sexta-feira, Silva foi submetido a uma cirurgia de sutura da córnea (Foto: Divulgação)

Uma funcionária de uma farmácia na Avenida Paulista se preparava para fechar as portas do local quando foi atingida por estilhaços de uma bomba. Ela foi encaminhada ao hospital, mas liberada no mesmo dia. Já Rafaela Siqueira da Cruz, de 25, passou mal com a fumaça das bombas, que invadiu seu apartamento, na Praça Roosevelt. "Foi uma cena de guerra. As pessoas passavam sangrando, chorando."

Um morador de rua de 14 anos foi atingido por balas de borracha nas duas pernas na Avenida Angélica. Ele esperou pelo socorro por três horas socorro e acabou sendo levado para o hospital pela empresária Ada Aschermann, de 60. "Ele deve passar por uma cirurgia para a reconstrução do músculo da panturrilha esquerda por causa da gravidade do ferimento e tem medo de não voltar a andar", disse Ada.

Denúncias

O Movimento Passe Livre (MPL) pediu que os feridos relatem o que sofreram. "Estamos recolhendo os depoimentos e laudos médicos. Vamos avaliar a melhor forma de registrar essas ocorrências, se individualmente ou por meio de uma representação", afirmou o advogado Bruno Morais.

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