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Membros de diversos sindicatos se reuniram ontem (20), em Santos, para discutir a crise de emprego que atinge a Baixada Santista. A reunião fez parte do Fórum Cresce Baixada e foi realizada na sede da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM).
“É a questão da sobrevivência financeira e econômica da Região. Por isso é importante fazer esse trabalho em conjunto e buscar alternativas que possam garantir os empregos na nossa Região”, disse Newton Guenaga Filho, presidente da Delegacia Sindical Regional do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), um dos responsáveis pela iniciativa.
O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Uriel Villas Boas, destacou a situação enfrentada em Cubatão após o abafamento de um alto-forno da Usiminas.
“Estamos preocupados com o clima que está se criando na Baixada Santista a partir do Polo Industrial de Cubatão, onde a redução das atividades de um alto-forno na Usiminas está provocando o risco de muitas demissões. Diante disso, resolvemos convocar vários segmentos sociais da Região na busca de soluções. Inclusive, já trouxemos propostas como a avaliação da implantação, na Baixada, de um estaleiro naval, de fábrica de produtos ferroviários, de planos habitacionais utilizando aço. É uma forma de estimular a Região a discutir alternativas para esse problema”.
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Segundo Villas Boas, não basta fazer protestos na porta de empresas. Para ele, é necessário buscar soluções. “Estamos apresentando e discutindo essas propostas em conjunto com a comunidade”.
O fórum terá uma entrevista com o prefeito de Santos e do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). A expectativa é que também ocorra reuniões com outros prefeitos da Região.
Mas, para Luiz Carlos de Andrade, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos (Sintracomos), a mobilização não deve depender apenas dos políticos. “Nós não podemos ficar presos a mandato de político. Temos que nos preocuparmos com as ações da Região a curto, médio e longo prazo. O fórum não ter que ter período. Tem que ser permanente”.
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Andrade ressaltou que, há cerca de dois meses, a ideia de se criar um fórum regional já era discutida. Entre as propostas apresentadas na reunião, o sindicalista destacou a criação de uma câmara setorial que atenderia empregador, empregado e Estado.
Crise em Cubatão
O vice-presidente do Sintracomos também comentou sobre a situação enfrentada em Cubatão e os recentes protestos na cidade. Segundo ele, o setor da construção civil enfrenta problemas com empresas quem vêm de fora da Baixada Santista e que contrata mão de obra que não é regional.
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Ele criticou a postura de algumas indústrias. “Parte das empresas falta com a verdade na hora de contratar pessoal. O contratante finge não ter responsabilidade com o contratado”.
Por fim, Andrade se posicionou contra a última manifestação, onde ônibus foram queimados e a Rodovia Cônego Domenico Rangoni foi bloqueada por cerca de 6 horas.
“O sindicato não abona (a manifestação) porque sabe que já está ruim (a situação). À medida que você tranca as rodovias, você cria um clima pior para as indústrias que podem vir para cá. Não somos a favor do vandalismo. Mas, com a falta de resposta dos empregadores, o protesto acaba se tornando irracional”.
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