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Os aliados ocidentais da Ucrânia preparam-se para acelerar as mudanças planejadas nas políticas de empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), para impedir que a Rússia coloque obstáculos para o pacote de resgate de US$ 25 bilhões para Kiev.
Segundo as regras atuais do FMI, não é possível emprestar dinheiro do Fundo a países com contas não saldadas com outros governos. O Kremlin rejeita o convite da Ucrânia para participar de uma reestruturação da dívida de Kiev, enquanto o governo ucraniano recusa-se a pagar todo o empréstimo de US$ 3 bilhões feito com Moscou até o fim do ano. Isso significa que a política de empréstimos do FMI potencialmente ameaça o pacote de US$ 17 bilhões e outros auxílios ocidentais que dependem desse programa.
Os EUA e outros acionistas ocidentais do FMI, porém, preparam-se no próximo mês para mudar a política de empréstimos do Fundo, para que seja possível ir adiante com o programa de empréstimos para a Ucrânia, mesmo se Kiev não pagar seu empréstimo para a Rússia, disseram pessoas próximas ao assunto.
A ministra das Finanças da Ucrânia, Natalie Jaresko, disse ao Wall Street Journal que a participação russa na reestruturação da dívida seria uma oportunidade para "despolitizar o assunto", já que seriam oferecidas as mesmas condições para todos os detentores de bônus. Em declarações após um encontro com autoridades internacionais, a ministra sinalizou que o FMI não deve deixar que a dívida com a Rússia "interfira no programa".
O conselho do FMI pode avaliar a mudança no fim de novembro, após um encontro de líderes do G-20 na Turquia.
Moscou comprou o bônus ucraniano de US$ 3 bilhões emitido nos últimos dias do governo de Viktor Yanukovich. Semanas depois, porém, o aliado de Moscou foi deposto, no início de 2014. Agora, o governo ucraniano atual tem uma relação difícil com os russos e maior proximidade com o Ocidente.
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