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As tarifas de energia elétrica mais elevadas continuaram pressionando a inflação na capital paulista na segunda leitura de abril, sendo responsável por dois terços da alta de 0,88% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período. Com encarecimento na conta de luz para consumidores e indústria, a alimentação fora de casa também ficou mais cara, disse o economista e coordenador do IPC, André Chagas. Pesquisa mostra que brasileiro gasta em média R$ 27,36 ao dia para almoçar fora.
"Quanto a administrados, não está difícil de errar a previsão. Ainda temos uma inflação de energia elétrica. Por isso, acertamos a alta estimada para Habitação (previsão era de 2,06% e veio 2,06%)", disse. O IPC-Fipe, por sua vez, ficou em 0,88% (ante 0,685%), enquanto a Fipe aguardava 0,84%.
Para Chagas, o complicado é fazer projeção para os preços não monitorados, dentre eles os de alimentos. Tanto que um dos motivos para o resultado maior que o esperado para o IPC da segunda leitura de abril foi a alta de 1,18% em alimentação fora do domicílio, ante expectativa de 0,82%, disse. "A principal razão é o repasse de custos de bares e restaurantes, que estão tentando recompor um pouco a margem de lucro, devido ao aumento de energia elétrica e também aos preços elevados de alimentos", argumentou. O grupo Alimentação subiu 0,47% na segunda medição de abril, depois de 0,42% na anterior.
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Além da surpresa com a alta maior em Alimentação, o economista não contava com variação positiva de 0,22% em Despesas Pessoais, mas sim de apenas 0,03%. "O responsável foi o item Viagem/Excursão, que teve queda de 0,24%, enquanto esperávamos -2,07%. Nesta leitura, já começaram a entrar os efeitos de gastos com viagem, por causa do feriado. Além desse erro, chama a atenção serviços pessoais, que tiveram alta de 0,90% ante estimativa de 0,68%. Aqui, entram pressões de cabeleireiro, manicure, sapateiro e lavanderia", citou.
Em compensação, ponderou Chagas, o grupo Saúde teve um resultado abaixo do previsto (de 0,91%), ficando em 0,64% na segunda medição de abril. Segundo o economista, o aumento médio de quase 6%, autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para os medicamentos, no final de março, ainda não está sendo repassado totalmente aos consumidores. A expectativa da Fipe era que o item remédios apresentasse uma alta de 1,20% nesta segunda medição, mas veio 0,62%. "Pode ser que o setor esteja tentando desovar estoques ou com receio de elevar os preços, com medo de prejudicar o faturamento, neste momento que a renda não está correspondendo", estimou.
O economista também destacou a inflação de 0,92% do grupo Vestuário, após 0,67% na primeira leitura do mês. O resultado, disse, pode refletir a mudança de estação. "Também pode ser um momento do setor para aproveitar para recompor um pouco a margem que está comprimida", disse. Dentre os destaques, Chagas mencionou a alta de 1,29% de roupas femininas e de 1,31% de artigos infantis.
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