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A situação é difícil, a entidade enfrenta uma dívida consistente, mas há luz no fim do túnel. Assim pode ser definida a situação atual da Santa Casa de Santos. O hospital conta com uma dívida de R$ 150 milhões e está à espera de uma linha de financiamento para se reerguer financeiramente.
Apesar do quadro crítico, a diretora financeira da Santa Casa de Santos, Mirian Cajazeira Diniz, mostra um tom otimista para o futuro recente da entidade. A luz do fim do túnel está representada no pedido de financiamento ao BNDES, apresentado no fim do ano passado. “A situação é delicada, inspira cuidados”, admite, sobre a atual fase financeira do hospital.
A primeira etapa a ser vencida tem prazo até o fim deste mês. Trata-se da aprovação da linha de crédito pelo agente financeiro, a Caixa Econômica Federal. “Aguardamos uma resposta positiva até o fim de fevereiro”.
Com o aval da Caixa, a Santa Casa voltará a bater na porta do BNDES. A aposta de Mirian Cajazeira é de que o órgão dê uma resposta em até 60 dias, prazo contado a partir da aprovação da Caixa.
A entidade tem de convencer o banco que a proposta de reestruturação financeira é viável. A mudança implica em revisão dos contratos e implantação de uma nova forma de gestão.
Para reverter essa situação junto aos órgãos em Brasília, Mirian salienta ter tido a ajuda constante do ministro da Saúde, o santista Arthur Chioro, e de seu assessor, o ex-deputado estadual Fausto Figueira, também santista.
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Com uma despesa média mensal em torno de R$ 24 milhões, a primeira Santa Casa do Estado de São Paulo enfrenta um deficit mensal em torno de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. E hoje vive uma mudança de paradigma, segundo a diretora financeira. “Antes, era assim: faltou dinheiro? Se procurava o banco. Faltava dinheiro de novo? Banco, de novo. Hoje os tempos são outros”.
Atraso do Estado
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Um aporte de recursos atrasados deve minimizar um pouco a penúria. Das 12 parcelas do convênio com o Governo do Estado, a entidade só recebeu nove e está prestes a receber uma parte dos atrasados. Cada parcela é de R$ 2 milhões e 177 mil. Porém, segundo explica Mirian Cajazeira, esse recurso não pode ser usado na folha de pagamento, somente para honorários médicos e compra de medicação e de material.
A entidade conta hoje com 3.800 funcionários na folha de pagamento e cerca de 1.500 médicos que recebem por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). Com isso, do custo mensal da Santa Casa, em torno de R$ 24 milhões, R$ 10 milhões são destinados para pagamento de funcionários e de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões para pagamento dos honorários médicos.
A diretora não esconde o fato de que alguns membros do corpo clínico estão sem receber honorários há meses, mas ressalta que a maioria dos médicos tem uma ligação afetiva com o hospital e por isso seguem atendendo.
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Venda de imóveis
Mirian Cajazeira assinala ainda que a Provedoria aprovou outra medida para ajudar os cofres da entidade: a venda de vários imóveis e terrenos, que haviam sido doados no passado. “Patrimônio não é renda”. Atualmente, os aluguéis rendem cerca de R$ 500 mil mensais.
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