Por não serem arrendatários do Porto, esses operadores não possuem berços dedicados com exclusividade / Divulgação
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A possível extinção do cais público prejudicaria principalmente os operadores que não são arrendatários de áreas no Porto de Santos. Tanto que dez operadores do cais público santista também estiveram presentes à reunião na tarde de ontem, na Prefeitura.
Todos fazem parte da Câmara de Operadores Portuários do Cais Público do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e enviaram um ofício ao prefeito de Santos pedindo providências. Assinam o documento: Alphamar Port Services, Agrobulk Operações Portuárias, Comportce Operador Portuário Cesari, Orion Operações Portuárias, Reliance Agenciamento e Serviços Portuários, SM Operador Portuário, Sanport Logística Portuária, S/A Marítima Eurobras Agente e Comissária, Set Port Logística e Port Master Operador Portuário.
Esses operadores desenvolvem suas atividades, principalmente, na descarga de graneis sólidos, insumos para a produção de fertilizantes, ração animal e matériasprimas para a indústria. E 90% dessa mercadoria atende às necessidades do agronegócio nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
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Por não serem arrendatários do Porto, esses operadores não possuem berços dedicados com exclusividade, portanto, estão sujeitos à autorização da Autoridade Portuária para atracação em piers classificados como Cais Público.
“Isso implica que, ao compartilhar os berços, suas operações dependem da disponibilidade, sem preferência ou prioridade de atracação”, resume o documento elaborado pelas dez empresas e enviado ao prefeito.
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“Anexamos a este ofício documentos que demonstram a importância das operações dos operadores de cais público não arrendatários, evidenciando sua contribuição para os importadores e para a sociedade santista, em termos de geração de empregos, arrecadação de impostos e movimentação da economia local”, ressalta o documento dos operadores.
“Além disso podemos acrescentar a importância para economia nacional, uma vez que as cargas movimentadas pelos Operadores de Cais Público não serão absorvidas pelos terminais especializados existentes que já operam próximo a sua capacidade máxima, nem mesmo pelos novos hubs deste segmento. Fatalmente haverá fuga de carga para outros portos, acarretando para economia local perdas substanciais em receita, além da subtração de empregos gerando um problema social”, alertam os empresários.
“Por outro lado, os importadores irão sofrer com um aumento do custo logístico, seja ele no transporte (cargas serão destinadas a outros portos) ou por demurrages, não é incorreto dizer que existe a probabilidade de ocorrer ambos os aumentos (elevando o custo Brasil), colocando em risco a competividade do nosso Agronegócio. O fato é que os portos brasileiros não possuem capacidade ociosa para absorver operações de graneis sólidos realizada pelo cais público do Porto de Santos”, completa o ofício enviado ao prefeito.
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No início da noite desta quinta-feira, caminhoneiros ouvidos pelo Diário do Litoral já reportaram a paralisação de embarques de grãos partindo do Mato Grosso em razão das incertezas no Porto de Santos.
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