Feira de cultura e economia solidária movimenta a Rua XV, em Santos. / Carlos Nogueira/PMS
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A primeira edição da Diversa Feira - Cultura e Economia Solidária, movimentou o bulevar da Rua XV de Novembro, no Centro Histórico de Santos, na noite de sexta-feira (11). Quem passou pelo local pôde curtir música ao vivo, degustar delícias da gastronomia local e levar para casa produtos de diversos segmentos.
Acessórios e peças de roupa artesanais, com estampas afro e indígena, doces, salgados, bebidas, sabonetes e plantas foram alguns dos itens vendidos até a meia-noite pelos mais de 50 expositores, que dividiram 20 estandes. Já a música ao vivo e os drinques perduraram até as 2h, com os ritmos dos DJs Carcará e Nanne Bonny, o grupo Maracatu Oju Obá e o grupo de samba manifesto Esquerdantina.
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Segundo o organizador do evento, Danilo Tavares, a feira busca valorizar os produtores criativos locais, negócios de impacto social e empreendimentos solidários. “O diferencial são os coletivos, então nós temos mais de um artesão ou artista ocupando o mesmo espaço, porque eles já se conhecem, trabalham juntos nesses locais. Queremos promover esse diálogo entre os empreendedores coletivos e os individuais”.
Tavares também explica a escolha do local para a realização da feira. “Aqui foi um dos principais corredores do desenvolvimento econômico de Santos. Quem é santista ama o Centro Histórico e é por meio da arte, da cultura popular, que vamos revitalizar essa parte tão importante da Cidade”.
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A feira é organizada pela Zopp Criativa Produções em parceria com o Fórum de Economia Solidária, Coletivo Afrotu, Livres Coop Baixada Santista, Coletivo de Artesãos de Itanhaém, Coletivo Feminista Maria e Clube do Choro e a Prefeitura de Santos, por meio das secretarias de Cultura (Secult) e de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur).
SUSTENTO E EMPODERAMENTO
A expositora Camila Araújo, de 38 anos, faz parte do Coletivo Afrotu e é dona da marca Chinua Acessórios, que também produz peças de vestuário e moda casa com tecidos africanos. No ramo há 6 anos, ela diz que aprovou o novo local de exposição. “É bacana porque aqui é onde tem o comércio, então pegamos o pessoal que passa na entrada e na saída do trabalho. A música ao vivo também é uma boa, porque ajuda a atrair ainda mais público”.
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Quem também gostou do local foi a dona de casa Solange de Fátima Pereira da Cruz, 58, moradora de São Paulo (Capital) que decidiu ‘turistar’ em Santos com as amigas. “Dei sorte, porque me disseram que é a primeira edição da feira e foi bem no dia que eu vim”. Enquanto ela trançava os cabelos no estande Tranças D’Maria, as amigas compravam uma série de acessórios e roupas em estilo africano. “Nós gostamos muito de artesanato porque é personalizado e criado por eles mesmos”, disse Solange.
Aldryn Hellen dos Santos Barbosa, 35, que fez as tranças da turista, divide o estande com Claudia Regina Souza Bispo, 53, do Toucas da Cláudia. Elas compartilham o espaço pois, segundo Aldryn, os serviços se complementam. “Eu faço as tranças e ela faz as toucas de cetim, que servem para proteger o trançado na hora de dormir e manter o cabelo bonito por mais tempo”.
Cláudia começou nas feiras em busca de sustento, pois trabalhava com excursões e, na pandemia, precisou interromper as viagens. “Eu cheguei a entrar em depressão. Minha sorte foi achar um pedaço de cetim rosa em casa, o que foi a minha salvação. Foi aí que eu fiz a primeira touca e passei a vender”.
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Além de ganhar dinheiro nas feiras, Aldryn também aproveita a visibilidade para contribuir com o empoderamento de outras mulheres negras. “O intuito é divulgar a cultura afro e incentivar as meninas a se aceitarem, cuidarem dos seus cabelos, usarem uma decoração legal, se empoderarem mesmo”.
PRÓXIMA EDIÇÃO
A próxima edição da Diversa Feira - Cultura e Economia Solidária acontecerá de forma estendida em três dias seguidos: 22, 23 e 24 de abril, no mesmo horário e local, junto às comemorações da Semana do Choro de Santos.
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