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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) admitiram hoje (20) responsabilidade por violações aos direitos humanos no conflito armado colombiano. “Sem dúvida, também houve crueldade e dor provocadas por nossas filas [tropas]. O inimigo nunca foi fácil, não se sujeitou às regras do combate”, admitiram os negociadores das Farc em Havana, Cuba, por meio de um comunicado.
As Farc defenderam a necessidade de ressarcir, identificar e reparar as vítimas do conflito. “Tudo com o ânimo de ressaltar a necessidade de que o ressarcimento inclua a obrigação, para as partes, do perdão coletivo, para que se alcance a paz definitiva”, disse Pablo Catatumbo, um dos negociadores da mesa em Havana. Ele também disse que, para conquistar a paz duradoura, todos devem “obrigar-se a um nunca mais”.
A delegação das Farc também pede a criação de uma comissão composta por especialistas nacionais e internacionais para contabilizar o número de vítimas deixadas pelo conflito armado nas últimas décadas, em contraponto ao relatório apresentado pelo Centro de Memória Histórica do país há algumas semanas, com apoio do governo colombiano.
Na opinião dos negociadores das Farc, o documento apresentado não foi completo e deveria ter se aprofundado mais. Na apresentação do relatório, em 24 de julho passado, e perante a Corte Penal Constitucional colombiana, no dia seguinte, o presidente Juan Manuel Santos também reconheceu a responsabilidade do Estado pelas vítimas do conflito.
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