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A cena é comum nas vias das grandes cidades e muitas vezes passa despercebida na correria do cotidiano: pessoas em situação de rua que buscam refúgio nas marquises e bancos das praças. O homem de aproximadamente 40 anos, deitado na calçada de uma rua de São Vicente, seria apenas mais um desses anônimos, não fosse o gesto de solidariedade da família da auxiliar de enfermagem Fernanda Giangiulio. Comovidos com o estado do rapaz, que não se lembrava de onde veio e carregava apenas uma chave no pescoço, deram-lhe comida e a atenção necessária até que fosse auxiliado pelos órgãos públicos.
“Ele apareceu deitado na minha calçada. Meu pai conversou com ele e deu comida. Perguntei de onde ele veio se toma algum tipo de medicamento, mas ele não se lembra. Disse apenas que estava com muita dor nas pernas”, disse Fernanda. O rapaz surgiu na rua da auxiliar de enfermagem, que mora na Vila Margarida, na última segunda-feira.
Sensibilizada com a situação do homem, imediatamente a jovem entrou em contato com o serviço social da Prefeitura de São Vicente, mas não obteve retorno imediato. “Liguei no Creas, mas eles disseram que estavam aguardando combustível. Meu pai também ligou várias vezes e nada. Senti um aperto no coração em não poder fazer nada e ter que ficar esperando alguém fazer. Gostaria muito que pudessem reconhecê-lo”.
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Preocupada com a situação, Fernanda postou na manhã de ontem a foto do homem nas redes sociais a fim de sensibilizar os órgãos públicos e de encontrar sua família. “Decidi tirar essas fotos, com sua permissão é claro, e apresentá-lo a vocês meus amigos que moram no meu bairro ou não e que, por misericórdia de Deus, o conheçam. Vamos ajudar o próximo”. A mensagem recebeu mais de 200 compartilhamentos.
No início da tarde, o Diário do Litoral encaminhou a reclamação de Fernanda à Prefeitura de São Vicente. Em resposta, a Secretaria de Assistência Social informou que o rapaz foi recolhido e encaminhado ao Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro, POP). O mesmo chegou bastante debilitado e precisou ser encaminhado para atendimento hospitalar. A identificação do rapaz está sendo providenciada.
Ao chegar do serviço, no final da tarde, a auxiliar de enfermagem notou que o homem não estava mais em sua porta. Em contato com o DL, Fernanda soube que a equipe do serviço social da Prefeitura o tinha recolhido. “Fiz de coração. Agora estou mais aliviada”, desabafou emocionada.
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