Cotidiano

Família revela dificuldade para velar menino de 4 anos morto em tiroteio em Santos

Assistente social explica que o Município não possui Velório Social, que foi vetado pelo então prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB)

Carlos Ratton

Publicado em 06/11/2024 às 14:49

Atualizado em 06/11/2024 às 14:49

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A criança morreu vítima de uma bala perdida no Morro do São Bento, em Santos / Reprodução

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A família do pequeno Ryan da Silva, não sofre somente pela perda irreparável, mas para velar o menino de forma digna. Ontem (5) teve que contar com doações para pagar o velório porque Santos não possui o Velório Social. A criança morreu vítima de uma bala perdida no Morro do São Bento, em Santos.

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A assistente social Gilmara Moura Batista Salazar, que há anos acompanha a família de Ryan, explica que o Município não possui o benefício, que foi debatido na Câmara de Vereadores em 2019 e vetado pelo então prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), hoje deputado federal.

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O pai do menino também foi morto durante um tiroteio no mesmo bairro, durante a Operação Verão.

“Se não fosse a ajuda, o corpo do menino seria levado diretamente do IML (Instituto Médico Legal) para a sepultura. A mãe e a família não teriam a chance de se despedir corretamente da criança”, afirma, lembrando que o Município só tem o enterro social, que dá direito ao caixão, translado e enterro, sem direito ao velório.

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O Velório Social traria alento às pessoas mais humildes mas, na ocasião, se transformou numa verdadeira chaga na cidade considerada o polo da Baixada Santista e terra da caridade.       

Em 2019, o Diário publicou que a Prefeitura de Santos havia prometido analisar a Lei Complementar 712/2011, que disciplina os cemitérios municipais da cidade, e que iria considerar a possibilidade de incluir o velório como um dos serviços oferecidos pelo enterro social destinado para famílias de baixa renda.

A proposta foi apresentada pelo então vereador Antônio Carlos Banha Joaquim(MDB), na Câmara de Santos, após reportagem do Diário do Litoral apontar que a cidade era a única da Baixada Santista que não dispunha do serviço.

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Após tramitar por oito meses no legislativo Santista (entre a Comissão de Finanças e Orçamento, Comissão de Obras, Habitação Social, Serviços Públicos e Transporte e pela Comissão de Defesa dos Direitos da Cidadania e dos Direitos Humanos), o projeto foi vetado pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa que justificou o aumento nas despesas regularmente previstas na Lei Orçamentária.

A Câmara manteve a decisão do prefeito.

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