Cotidiano

Exército da Ucrânia e rebeldes separatistas perdem prazo final para cessar-fogo

Segundo o porta-voz do Exército ucraniano Andriy Lysenko pelo menos cinco soldados foram mortos e nove feridos nas últimas 24 horas na zona de guerra

Publicado em 17/02/2015 às 15:25

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Os soldados do governo ucraniano e os rebeldes apoiados pela Rússia perderam o prazo final, estabelecido à meia-noite desta terça-feira, para iniciar a retirada de armas pesadas da linha de frente no leste da Ucrânia.

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O porta-voz do Exército ucraniano Andriy Lysenko disse hoje que os separatistas continuaram a atacar posições do governo durante a noite perto da cidade de Debaltseve e que a retirada dependia do cumprimento total do cessar-fogo. Segundo ele, pelo menos cinco soldados foram mortos e nove feridos nas últimas 24 horas na zona de guerra. Lysenko afirmou também que acordo de cessar-fogo, negociado pelos líderes europeus, especifica que o início da retirada das armas deveria ocorrer no segundo dia depois de as partes interromperem os combates, e isso não foi respeitado. "Assim que a luta parar...nós estaremos prontos para começar a retirada", acrescentou.

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A guerra no leste da Ucrânia já matou mais de 5.600 pessoas e deixou mais de um milhão de desabrigados, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados ontem. Os confrontos deixaram também o coração industrial do país em ruínas.

No entanto, os combates foram interrompidos, ou diminuíram, em algumas partes do leste da Ucrânia devastado pela guerra. Segundo a agência de notícias dos rebeldes de Donetsk, autoridades separatistas afirmaram hoje que não tinham conhecimento de violações do cessar-fogo em sua área desde as 20h da segunda-feira (horário local).

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Jornalistas viram disparos de artilharia hoje das posições do governo da Ucrânia contra posições rebeldes perto de Debaltseve. Bombardeios contínuos foram ouvidos na área durante toda a manhã e parte deles era proveniente de lançadores de foguetes.

Debaltseve é uma cidade controlada pelo governo e cercada pelas forças rebeldes. Ambos os lados exigem que a cidade deve estar no seu lado da linha de cessar-fogo. A questão não foi resolvida durante as negociações da trégua, na semana passada, entre os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França.

Um líder rebelde afirmou que suas tropas tinham começado a retirar as suas armas pesadas. "Eu estava na linha de frente na noite passada, e os nossos tanques, nossa artilharia foram retirados", afirmou Igor Plotnitsky, o líder da autoproclamada República do Povo de Luhansk, no nordeste de Debaltseve, segundo a agência de notícias russa Tass. Ele acrescentou que "espera o mesmo da Ucrânia".

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Devido a questões de segurança, as declarações não puderam ser imediatamente verificadas. O porta-voz do Exército ucraniano Andriy Lysenko disse que as tropas ucranianas "não notificaram qualquer uma dessas ações" no terreno.

Os separatistas devem discutir a retirada do armamento mais tarde nesta terça-feira com representantes da Ucrânia, da Rússia e do grupo encarregado de monitorar o cessar-fogo, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, em inglês).

Em uma telefone ontem, a chanceler da Alemanha Angela Merkel e o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediram ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, para que use sua influência sobre os separatistas para garantir que eles acabem com os confrontos. O gabinete de Merkel reportou que os três líderes concordaram em tomar "passos concretos para permitir uma observação" da situação em Debaltseve pela OSCE. O gabinete não entrou em detalhes sobre quais seriam as medidas. 

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