Cotidiano

EUA pressionam para América Latina não dar asilo a Snowden, diz New York Times

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, diplomatas e outros interlocutores de alto escalão de Washington estão conversando pessoalmente com líderes de países

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/07/2013 às 18:21

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O governo norte-americano está pressionando os países da América Latina para não oferecerem asilo a Edward Snowden, segundo a manchete desta sexta-feira do jornal The New York Times. O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, diplomatas e outros interlocutores de alto escalão de Washington estão conversando pessoalmente com líderes de países da região e alertando sobre as consequências "de longo prazo" caso deem abrigo ao homem que revelou segredos de espionagem.

O jornal cita que Biden deu um passo pouco comum na quinta-feira ao ligar pessoalmente para o presidente do Equador, Rafael Correa, e pedir que o país não dê asilo a Snowden. Na Venezuela, o pedido foi feito pela secretária de Estado de assuntos do Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, também em uma conversa telefônica com diplomatas venezuelanos.

Além destes contatos mais diretos, a reportagem cita que nesta semana as embaixadas dos EUA em cada um dos países na região comunicaram aos governos locais o posicionamento de Barack Obama sobre o assunto e alertaram que o abrigo a Snowden pode trazer consequências danosas e duradouras. "Não há um país no hemisfério cujo governo não entenda nossa posição neste momento", afirmou ao Times uma fonte sênior do Departamento de Estado, ressaltando que qualquer ajuda ao fugitivo poderia comprometer "por longo tempo" as relações do país com os EUA, com implicações, por exemplo, no comércio entre os países.

Venezuela, Bolívia e Nicarágua ofereceram asilo a Snowden (Foto: Divulgação)

Ao mesmo tempo em que pressiona os países, o New York Times ressalta que Washington sabe que o poder e a influência dos EUA na América Latina hoje são menores que no passado, especialmente em um grupo de países que tem, como bandeira política, desafiar as decisões de Washington, como Venezuela, Bolívia e Nicarágua - os três que ofereceram asilo a Snowden.

No caso do Brasil, a reportagem do Times cita que a revelação esta semana de que o país foi o mais espionado pela inteligência norte-americana na América Latina ajuda a aumentar, mesmo em uma nação mais próxima a Washington, a insatisfação com a postura dos EUA.

Além do caso brasileiro, a reportagem cita ainda outro exemplo para mostrar que os latino-americanos não estão com o melhor dos ânimos em relação aos EUA neste momento, o que pode contribuir para que a pressão de Washington não tenha tanta eficácia. Trata-se do incidente com o avião que levava o presidente da Bolívia, Evo Morales, que foi impedido de pousar na semana passada na França e em outros países da Europa, por suspeita de que Snowden estivesse a bordo. Os bolivianos chamaram o episódio de um "sequestro", alegaram que os EUA estavam por trás da decisão e outras nações da região afirmaram que era uma afronta contra todos os países da América Latina.

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