Cotidiano

EUA enviarão ao Brasil equipe para explicar denúncias

Segundo o Itamaraty, os americanos reconheceram como legítima a queixa brasileira. Ou seja, concordam que, se houve mesmo espionagem

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/07/2013 às 01:23

Compartilhe:

Os EUA enviarão uma equipe de técnicos para responder a perguntas do governo brasileiro sobre a denúncia de espionagem de telefonemas e transmissões de dados no País. Foi o que informou o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, convocado para conversa com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, na terça-feira, 9.

Segundo o Itamaraty, os americanos reconheceram como legítima a queixa brasileira. Ou seja, concordam que, se houve mesmo espionagem, o Brasil tem todo o direito de reclamar. No entanto, em nenhum momento os EUA admitiram ter cometido qualquer ilegalidade.

O gesto de enviar técnicos ao Brasil foi a resposta formal a uma nota entregue pelo governo brasileiro aos EUA, na segunda-feira, 8, parcialmente reproduzida em nota divulgada ontem pela presidente Dilma Rousseff.

Ela fala em denúncias de espionagem e afirma que o Brasil "não autorizou nem tinha conhecimento das atividades denunciadas", que a participação de pessoas, empresas ou instituições brasileiras em espionagem é crime.

Embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, foi convocado para conversa com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota (Foto: Agência Brasil)

O Brasil pretende aumentar a pressão internacional na cúpula do Mercosul, amanhã, em Montevidéu. "A oportunidade não será desperdiçada", disse Patriota, em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. A preocupação do chanceler é evitar uma declaração em tom antiamericano, sobretudo porque outros países da região também foram espionados.

A estratégia brasileira é obter apoio do Mercosul para impulsionar discussões sobre segurança cibernética no âmbito da ONU. Segundo Patriota, o Brasil foi o único país a tomar iniciativa de acionar o sistema multilateral para tratar da questão.

Na reunião com os senadores, Patriota afirmou que a espionagem viola vários acordos internacionais. Ele citou o pacto internacional sobre direitos civis, que garante que correspondências transitarão por países sem serem violadas. A espionagem seria também um "desrespeito" à Convenção de Viena, que prevê sigilo em correspondência diplomática.

A mesma convenção diz que um diplomata credenciado em um país deve seguir a lei local. Portanto, funcionários da chancelaria americana no Brasil não poderiam violar sigilo de dados, pois contraria a Constituição. Isso, porém, poderia ter ocorrido caso houvesse, de fato, uma base americana de monitoramento de dados no País.

Os EUA opõem-se à tese, defendida pelo Brasil, de que é preciso criar um organismo internacional para tratar de regras na internet. Hoje, a internet é administrada por uma empresa privada, com sede na Califórnia, ligada ao Departamento de Comércio americano.

No Senado, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito, disse desconhecer a existência da base americana de monitoramento de dados. "Até porque, não precisaria", disse. "A espionagem pode ser feita por satélite."

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

Mais barato na feira desta semana: conheça os benefícios do repolho roxo

Vegetal pertencente à família Brassicaceae possui uma série de ótimas composições para o corpo humano

Diário Mais

Conheça 5 praias calmas para passear no Dia das Crianças no litoral de SP

O Diário do Litoral separou algumas sugestões para curtir no feriado em família e relaxar

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter