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Autoridades norte-americanas e representantes da milícia fundamentalista islâmica Taleban anunciaram nesta terça-feira que se engajarão em negociações diretas nos próximos dias com o objetivo de pôr fim à guerra de 12 anos no Afeganistão. Os encontros acontecerão no novo escritório do grupo, no Qatar.
De acordo com os envolvidos, o Taleban cumpriu a exigência dos EUA de não usar o Afeganistão como base para ameaçar outros países. Os norte-americanos, no entanto, ainda esperam que a milícia fundamentalista condene a rede extremista Al-Qaeda.
O presidente dos EUA, Barack Obama, admitiu que o processo não será rápido nem fácil, mas elogiou seu homólogo afegão, Hamid Karzai, por ter enviado emissários para discutir a paz com o Taleban. Anos atrás, a abertura de Karzai para o diálogo com o Taleban ocasionou estremecimento nas relações entre Washington e Cabul.
Mais cedo, graduados funcionários do governo Obama descreveram sob a condição de anonimato a decisão do Taleban de abrir um escritório político nesta terça-feira em Doha como um trampolim para a plena renúncia do grupo em relação à Al-Qaeda. Em Doha, um funcionário do governo confirmou que o escritório do Taleban foi aberto.
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As fontes do governo norte-americano disseram que representantes dos EUA e do Taleban participarão de reuniões bilaterais, que devem ser seguidas, dias mais tarde, por encontros com membros do Alto Conselho de Paz do presidente afegão Hamid Karzai.
"Eu acho que os Estados Unidos terão sua primeira reunião em vários anos com o Taleban daqui a alguns dias, em Doha", disse uma das fontes, afirmando que a medida é o "início de um caminho muito difícil".
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O porta-voz do Taleban, Mohammad Naim, declarou hoje que o grupo está disposto a fazer uso de todos os meios lícitos disponíveis para pôr fim à presença de tropas estrangeiras no Afeganistão, mas não deixou claro se a milícia suspenderia imediatamente a luta armada.