Cotidiano
O partido governista é apontado como favorito, enquanto grupos pelos direitos humanos pedem o fim de um período de anos de supressão dos oposicionistas políticos
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Os etíopes vão às urnas neste domingo para a primeira eleição nacional desde a morte do primeiro-ministro Meles Zenawi, que ficou no poder entre 1995 e 2012. O partido governista é apontado como favorito, enquanto grupos pelos direitos humanos pedem o fim de um período de anos de supressão dos oposicionistas políticos.
A controvérsia sobre a eleição mostra as divergências que nações do Ocidente têm com a Etiópia, elogiada por seu progresso econômico e na segurança, mas criticada pela tomada de terras de fazendeiros, pela prisão de jornalistas e pelo silenciamento de partidos da oposição.
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"Não há o desejo do restante do mundo de desestabilizar este regime", disse Richard Dowden, diretor da Royal African Society, do Reino Unido. "Não está dando nenhum trabalho e é um bom destino para investimento."
A Etiópia é vista como um bom lugar para se fazer negócios porque a corrupção é em geral baixa e as indústrias estatais são estáveis. Grandes empresas de private equity, como a KKR, sediada em Nova York, e o Blackstone Group, investem no país.
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A votação parecia ocorrer com tranquilidade neste domingo, ainda que pelo menos um líder oposicionista, Beyene Petros, tenha dito que alguns de seus correligionários foram agredidos e que houve casos de seções eleitorais que abriram com as urnas já cheias de votos. Petros é presidente da coalizão oposicionista chamada Medrek. Um porta-voz da comissão eleitoral disse que as denúncias dele não eram verdadeiras.
A expectativa é que o resultado eleitoral demore pelo menos dois dias.
O partido governista é a Frente Revolucionária para o Povo Etíope, no poder desde 1991. Na última eleição, em 2010, a Frente venceu com muita vantagem, após em 2005 a oposição ter conseguido várias cadeiras no Parlamento e acusar o governo de fraudes para impedir um avanço maior. Em 2005, houve violentos confrontos por causa do resultado eleitoral e cerca de 200 pessoas morreram.
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"O governo tem suprimido todas as formas de dissidência legítima", afirmou Muthoni Wanyeki, da Anistia Internacional. Autoridades dizem que apenas proibiram partidos que violam as leias e que somente prendem pessoas que representam uma ameaça à segurança nacional.