Cotidiano

Estudo revela lista de animais que mais são atropelados em rodovia do litoral

Além de apresentar números e nomes dos animais, apontou possíveis soluções que podem melhorar essa tragédia ambiental

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário do Litoral

Publicado em 26/03/2025 às 09:20

Atualizado em 26/03/2025 às 12:22

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Muitos animais são atropelados todos os dias nas rodovias espalhadas pelo Brasil / Acervo Icas

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Quem passa de manhã pelas rodovias do litoral paulista, principalmente aquelas que cortam trechos florestais, percebe a quantidade de animais mortos pelo caminho, poças de sangue ou mesmo restos do que foi um ser vivo. O problema é que muitos animais são atropelados todos os dias nas rodovias espalhadas pelo Brasil, sendo muito deles silvestres e outros ameaçados de extinção.

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Um trabalho acadêmico finalizado em 2014, de Alexandre Pereira Corrêa, pesquisou três pontos distintos da rodovia Padre Manuel da Nóbrega para coletar dados dos atropelamentos. Além de apresentar números e nomes dos animais, apontou possíveis soluções que podem mudar essa situação, além de mostrar preocupação com uma possível duplicação da rodovia.

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O ponto 1 foi do km 292 (Praia Grande) até o 359 (Itanhaém), considerado área urbana, com alguns fragmentos de floresta nativa. A maioria dos animais atropelados neste trecho são domésticos, provavelmente por conta da proximidade com as pessoas e casas.

Em um intervalo de 12 meses, foram encontrados atropelados no trecho 16 cachorros, 12 gatos, 5 bois, 3 cavalos, 5 gambás e 10 urubus.

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No ponto 2, que é considerado o objeto de estudo da pesquisa, com potencial para corredor ecológico e que fica em Itariri (km 360 ao 363), foram encontrados mais animais atropelados e, na maioria deles, silvestres. 

Isso pode ter acontecido por que neste trecho está o maior continuo de Mata Atlântica e faz conexões com 3 unidades de conservações, onde a fauna, possivelmente, faz travessia.

Num intervalo de um ano, foram coletados 58 gambás, 11 quatis, 12 roedores, 6 lagartos,  4 tamanduás mirins, 7 bichos preguiça, 5 jararacas, 15 urubus de cabeça preta, 4 tatus galinha, 1 jaguatirica e 7 porcos do mato queixada.

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Já no ponto 3 (km 363 ao 389) não foram apresentados dados expressivos que pudessem ser considerados, pois trata-se de um trecho da rodovia com pouca visibilidade, muita sinuosidade e circundado de abismos de um lado e encostas de morros de outro. 

Em tese, neste trecho, haveria poucos pontos de travessia de animais e por isso com menor chance de atropelamento.

É importante lembrar que o Litoral de São Paulo tem um 'hospital' referência em reabilitação de animais silvestres, conforme publicado pelo Diário do Litoral.

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Resultados

O pesquisador considerou alto o número de atropelamentos, mas acredita que o número pode ser ainda maior, devido à remoção de carcaças frescas feitas por funcionários da rodovia (DER, no período do estudo) e também pelo fato de algumas carcaças estarem sem condições de serem identificadas.

De acordo com o trabalho apresentado, fica cada vez mais fácil apontar trechos da rodovia com maior número de atropelamentos conforme o estudo vai avançando e isso pode ajudar na construção de corredores, túneis, eco passagens ou pontes para a travessia da fauna.

Há de se lembrar que a rodovia em questão foi privatizada e que há planos para a duplicação no trecho entre Peruíbe e Miracatu, o que pode acarretar um número maior de mortes.

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Trabalhos para evitar esses óbitos poderiam ser realizados e planejados em conjunto com as obras previstas na rodovia.

Essa matéria poderá ser atualizada caso o Consórcio Novo Litoral queira se manifestar.

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