Cotidiano

Estudo nos manguezais de SP aponta índice de poluição pelo plástico, afirma ONG

Cidades como Itanhaém e Praia Grande apontam menor volume de resíduos por m2, enquanto São Vicente e Cubatão maior índice de lixo plástico por m2.

Da Reportagem

Publicado em 08/12/2020 às 11:00

Atualizado em 08/12/2020 às 11:15

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Em todas as cidades, o maior índice de embalagens associadas ao consumo alimentar é Cubatão, sendo 90% embalagens de alimentos consumidos em casa e no local.  / Divulgação

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A Organização Não Governamental Ecomov - Ecologia em Movimento iniciou neste último mês de novembro um estudo cujo objetivo é apontar informações atualizadas dos manguezais do litoral paulista. Em sua primeira incursão, os dados já chamam atenção pelo estado crítico das áreas estudadas em maior índice de lixo. Realizada no início do mês em quatro cidades do litoral sul e centro, sendo Praia Grande, Itanhaém, São Vicente e Cubatão  com uma equipe de 9 técnicos e estagiários da ONG que recolheram mais de 67 kg de lixo plástico em somente de 340,5 m2 de manguezal. 

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Menos Plástico

A cidade de Itanhaém ficou em primeiro lugar em área menos poluída, em base a metodologia, acabou registrando com apenas 0,6 resíduo/m2 de área estudada, sendo Praia Grande a segunda menos poluída com 0,9 resíduo/m2. Considerando as duas cidades tiveram ações distintas com Praia Grande a maior área trabalhada com 145 m2. Os locais estudados foram no Portinho na faixa de mangue do Rio Piaçabuçu e Itanhaém nas margens do Rio Itanhaém no mesmo dia (7). 

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As duas cidades apontam um cenário bem positivo neste início de estudo com percentual abaixo de 1,0 de lixo plástico/m2. Itanhaém com 12 kg de plástico coletado, a média por m2 é de 0,14 kg/m2 e Praia Grande com 0,26kg por m2. 

Mais Plástico 

As cidades de São Vicente e Cubatão neste estudo apontam um cenário bem negativo, acima de 1,0 de resíduo/m2. São Vicente (21) em terceiro lugar, a faixa de manguezal estudada na localidade do bairro Náutica III, ao lado do Sest Senat, o volume foi de 1,7 de lixo/m2 e sendo 0,21 kg/m2.

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Em último lugar das quatro cidades trabalhadas neste início de pesquisa, ficou Cubatão. O local estudado foi o Casqueiro nesta última segunda (23) onde sua média de lixo plástico por m2 foi de 6,3, a maior área em destaque com cenário bem negativo, afiRma Juliana Teixeira Gonçalves, bióloga responsável pela pesquisa. 

''A concentração de lixo plástico em Cubatão nesta área está acima das três cidades juntas (São Vicente, Praia Grande e Itanhaém). Sua soma equivale soma das outras estudadas. Este índice extrapola os dados obtidos e aponta estado mais crítico'',afirma Juliana. Sua carga de kg é de 0.12/m2, regular em base aos demais, mas o que destaca são as embalagens de isopor associado a marmitas. Só em 1 ponto coletamos mais de 300 fragmentos, de leve peso, porém sua densidade é duradoura chegando a mais de 100 anos no ambiente local. Os fragmentos de isopor acabam se dissolvendo e se misturando com vegetação e lama, impedindo a oxigenação e se tornando fonte de alimento para animais como até caranguejos e peixes. 

Consumo

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Em todas as cidades, o maior índice de embalagens associadas ao consumo alimentar é Cubatão, sendo 90% embalagens de alimentos consumidos em casa e no local. 

Perigo

Materiais perigosos como seringas e lâmpadas fluorescentes e de vidro comum são muito encontrados. Mais de 30 seringas coletadas com diversas embalagens de uso hospitalar. Isso prejudica toda fauna e flora local principalmente em áreas mais críticas como Cubatão e São Vicente.

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''Esses dados apontam diversas pistas de descarte de origem doméstica em cidades que sofrem mais impacto como a região estuarina'', afirma Rodrigo Azambuja, coordenador da entidade. 

''Nossa proposta é além de produzir informação técnica com embasamento local, é atuar junto a origem do problema com medidas de preservação mais rígidas. Que falta é reeducar a população nessas áreas provenientes de consumo e descarte direto aos rios e mangueais e implemnetando mais ecopontos, ecobarreirasou agindo com a fiscalização contra descarte de material ilegal como hospitalar''.

Em Itanhaém a bióloga Uiara Setúbal registrou junto a sua equipe uma máquina de escrever em pleno manguezal (ver fotos no link). Descartou corretamente dando destino certo para o material. 

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A pesquisa ainda irá contemplar mais cidades como São Sebastião, Peruíbe, Guarujá, Santos e Bertioga em 2021.

Será criado um artigo científico no final de novembro/21 no qual apresentado ao MP para buscar mais iniciativas de limpeza e preservação das áreas críticas. 

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