Cotidiano
A manifestação, iniciada por volta das 11h30, horário local, terminou em uma hora, após rápido confronto entre os estudantes e a polícia. Alguns deles foram detidos
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Centenas de estudantes reuniram-se hoje (23) na Praça Phillips Square, em Montreal, no Canadá, para protestar contra as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo da província de Québec. A manifestação, iniciada por volta das 11h30, horário local, terminou em uma hora, após rápido confronto entre os estudantes e a polícia. Alguns deles foram detidos.
O protesto ocorreu no mesmo dia em que várias associações de estudantes se organizaram para declarar greve social e marcar posição contra o projeto de lei governamental que reduz gastos no setor público, incluindo cortes no orçamento de universidades. A estimativa é que 60 mil estudantes tenham aderido à greve.
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“Desde o início do ano, o Partido Liberal fez reduções massivas em educação, saúde e meio ambiente. Foi por isso que saímos às ruas; porque isso nos atinge diretamente. Em termos gerais, queremos denunciar a direção que o governo está tomando”, explicou Camille Godbout, porta-voz da Associação por uma Solidariedade Sindical e Estudantil, uma das organizadoras do movimento.
Segundo a associação, o governo deve impor reduções de cerca de R$ 635 milhões para as universidades em dois anos. O primeiro-ministro da província de Québec, Philippe Couillard, disse que as “gerações futuras é que serão beneficiadas pelo pacote fiscal”.
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O plano prevê também a supressão de mais de mil vagas no serviço público neste ano e no próximo. As medidas integram o pacote que ficou conhecido como de austeridade e que visa, segundo o governo, a evitar um déficit de R$ 14,7 bilhões neste ano e de R$ 18,3 bilhões no ano que vem.
Para Victor Silvestrin, de 24 anos, estudante de Urbanismo, da Universidade de Montreal, a mobilização é importante. “É preciso que nos mobilizemos porque, primeiramente, como estudante, estamos vendo uma diminuição do dinheiro que vai para as universidades, para a educação.”
Em segundo lugar, diz Silvestrin, como cidadãos. "Eu me preocupo em ver outros cidadãos terem menos vantagens sociais, menos acesso à educação e à saúde. E, como futuro urbanista, porque, se quero criar locais de vida interessantes, não se pode ter uma população dividida.”
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A saída dos estudantes às ruas lembrou aos moradores de Montreal uma greve em março de 2012, que contou com o apoio de sindicatos e ficou conhecida como a Primavera de Bordo, em alusão à folha da árvore característica do Canadá. Naquela ocasião, milhares de pessoas saíram às ruas em 1.370 manifestações promovidas entre os meses de fevereiro e setembro.
Este ano, até o momento, os sindicatos não aderiram ao movimento estudantil, no qual existem dissidências. A Fundação 1.625, organismo criado para levantar fundos de ajuda a estudantes, opõe-se aos grevistas, defendendo o direito dos que querem assistir às aulas e acusando a greve de ilegal.
“Um estudante inscrito, e tendo pago sua taxa de matrícula, tem uma relação contratual com o estabelecimento de ensino. Toda pessoa que impeça um estudante de assistir às aulas, por bloqueio ou piquete, está agindo ilegalmente”, diz a organização em seu site.
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Uma grande manifestação está sendo preparada para o dia 2 de abril.
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