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Embora tenha sido inaugurada recentemente – no último dia 5 - a nova sede da Seção Abrigo para Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua (Seabrigo-AIF) - Monsenhor João Joaquim Vicente Leite, batizada em homenagem ao ex-vigário geral da Diocese de Santos, já é objeto de reclamação dos abrigados. A situação já foi encaminhada ao Ministério Público (MP).
A abrigada Regina Helena Bellin informou à Reportagem que o novo equipamento público, que fica na Rua Manoel Tourinho, 352, no Macuco, não proporciona privacidade aos internos. Os banheiros, segundo conta, “são abertos expondo a intimidade das pessoas na hora do banho. Também não são adaptados para deficientes (faltam barras de apoio) e os chuveiros não esquentam e as pias não têm água”.
“Os quartos são improvisados. Alguns sem janelas. Cerca de nove metros quadrados para quatro pessoas. Temos apenas duas gavetas para colocar todos os nossos pertences, incluindo as roupas. Não há varal e faltam extintores de incêndio”, afirma Regina.
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Ela revela que ao invés de copos descartáveis, os internos são obrigados a usar canecas de plástico e que a lavanderia e quartos alagam em dias de chuva. “Cozinha, refeitório e quartos não podem ser abertos porque ficam em frente ao quintal da Associação São Vicente de Paulo. Falta circulação de ar – ambientes permanecem fechados o tempo todo”.
Outro abrigado, Juan Osvaldo Mello Araya, que é portador de necessidades especiais, afirma que a falta de acessibilidade e adaptações dos banheiros vem lhe causando constrangimento. “Meu filho, que é cuidador, é proibido de vir me dar banho. Então, tenho que me arriscar todos os dias”, afirma.
A Reportagem foi até o Seabrigo para tentar, in loco, checar todas as informações dos abrigados. Porém, embora seja um prédio público, foi proibida de entrar, após a Prefeitura justificar que o equipamento é a casa dos abrigados e, neste sentido, a privacidade deles estaria ameaçada.
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Prefeitura
Em nota, Administração afirma que os problemas apontados não procedem.
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“O abrigo Monsenhor João Joaquim Vicente Leite é fiscalizado pelo Conselho Municipal de Assistência Social, Ministério Público Estadual e pela Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (Drads), que são os órgãos competentes para verificar os cumprimentos das normas exigidas para o funcionamento da unidade”, diz a Prefeitura.
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