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A desaceleração das vendas de veículos novos a partir de agosto está provocando acúmulo de carros nos pátios das montadoras e concessionárias. Nos dez primeiros dias úteis do mês foram licenciados 138,5 mil veículos, 3,6% menos que em igual período de setembro.
Os estoques somados são suficientes para cerca de 40 dias de vendas, o mais alto nível desde maio de 2012, quando chegava a 43 dias. No final daquele mês, o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), benefício mantido até agora, ainda que parcial, mas com previsão de término em dezembro.
O indicador da Confederação Nacional da Industrial (CNI) mostra o acúmulo de produtos. Em agosto, o estoque efetivo em relação ao planejado no setor de veículos automotores chegou a 55 pontos, superior aos 53,3 pontos de julho - acima de 50 indica aumento de estoque. "O consumo está mais moderado e houve aumento da taxa de juros, o que impactou a indústria como um todo, e especificamente o setor automotivo", afirma Flávio Castelo Branco, gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI Na indústria geral, o indicador está em 51,3 pontos.
Na avaliação do economista Rodrigo Baggi, da Tendências Consultoria, os efeitos da política de redução do IPI tende a se acomodar ao longo do tempo. Ele acredita, porém, que as vendas podem até reagir no último trimestre porque o fim do benefício "pode causar uma antecipação de compra."
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Desde a semana passada, executivos da indústria automobilística têm dito que a volta da cobrança da alíquota integral do IPI pode esfriar ainda mais o mercado em 2014. A visita de executivos à representantes do governo em Brasília tem sido frequente. Os fabricantes iniciaram 2013 com projeções de crescimento de 3,5% a 4,5% em relação aos 3,8 milhões de veículos vendidos em 2012, mas recentemente a aposta caiu para 1% a 2%, e há quem tema um resultado ainda pior - estagnação ou queda de vendas. As vendas do setor registram crescimento anual consecutivo desde 2005.
Apesar dos estoques, a situação da indústria não é preocupante pois as exportações seguem em ritmo de recuperação, o que tem garantido bom desempenho da produção. Várias fabricantes, como Volkswagen e General Motors, suspenderam ou reduziram jornadas extras que vinham mantendo aos sábados desde o início do ano.
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Na segunda-feira, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que a volta do IPI deve frear o ritmo de crescimento do setor. "Vou sempre defender a redução da carga ou, pelo menos, uma manutenção da carga tributária para o ano que vem. Sem essa manutenção, não teremos o crescimento como gostaríamos que tivesse."
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, que nesta terça-feira, 15, reuniu-se em Brasília com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, "para tratar de assuntos técnicos", acredita em melhora das vendas nos últimos dois meses do ano. As concessionárias atualmente têm estoques para 40 a 45 dias de vendas, "mas isso deve diminuir nos próximos dias".
Moan também esteve nesta terça com Holland, mas disse que o tema do encontro foi o Inovar Máquinas, um programa para estimular a ampliação e a modernização do setor de máquinas agrícolas e rodoviárias.
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