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Comprar galões de água a cada dois ou três dias começou a fazer parte da rotina da tecnóloga de radiologia Carmen Silvia Machado de 64 anos, que mora no Alto da Lapa, na zona oeste da capital. Com o novo hábito, adotado há três semanas, ela conseguiu formar um estoque com 12 garrafões de cinco litros na última sexta-feira. Seu objetivo: não ser pega de surpresa caso haja falta d'água.
Carmen faz parte de um grupo de paulistanos que, temendo ficar sem água em algum momento indispensável, está estocando água em casa. "Já estou comprando. A cada dois, três dias, aumenta a reserva. Compro um ou dois galões. Ainda não está faltando água onde eu moro, mas tem bastante gente lá em casa, são sete pessoas." Ela diz que, embora tenha caixa, já usa parte da água para cozinhar e beber.
Nos supermercados, é possível ver a movimentação dos funcionários para manter as prateleiras abastecidas e clientes enchendo os carrinhos com garrafas ou galões. No Futurama da Lapa, na zona oeste, a água está em posição de destaque e aparece no topo das prateleiras de verduras e frutas ou perto da seção de congelados.
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A grande procura fez o cirurgião-dentista Luiz Antonio Tanouye, de 66 anos, passar duas vezes no supermercado, na última sexta, para comprar mais de 20 garrafas de 1,5 litro. "Durante a manhã, estava sem água no supermercado. Tem muita gente comprando. Voltei à tarde e consegui comprar." Um funcionário tinha colocado mais embalagens à venda minutos antes.
Gerente da unidade de Santana, na zona norte, do Pão de Açúcar, Fabiano Alencar diz que o aumento da procura fez com que os distribuidores enviassem cada vez mais água para o supermercado. "A gente recebia, em média, 300 fardos de água por semana. Desde o mês passado, estamos recebendo 1.500." Cada fardo tem seis garrafas de 1,5 litro. A venda semanal do garrafão de 5 litros aumentou de 100 unidades para até 800, segundo Alencar.
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