Cotidiano

Estados Unidos não estão curados do racismo, afirma Obama

“Não é só uma questão de não dizer a palavra ‘negro’ em público porque é falta de educação. Não é isso que determina se existe ou não racismo”, disse o presidente

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/06/2015 às 19:37

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O presidente Barack Obama advertiu sobre a sombra da segregação que ainda paira sobre a sociedade norte-americana, afirmando, em entrevista divulgada hoje (22), que os Estados Unidos ainda não conseguiram superar a questão do racismo.

“Não estamos curados do racismo”, afirmou Obama, em entrevista ao programa de rádio WTF with Marc Maron, transmitida hoje, dias depois do ataque a tiros a uma igreja frequentada por uma comunidade negra em Charleston, no estado da Carolina do Sul.

O autor confesso do ataque, um jovem branco, identificado como Dylann Roof, matou nove pessoas aparentemente por motivos raciais.

“Não é só uma questão de não dizer a palavra ‘negro’ em público porque é falta de educação. Não é isso que determina se existe ou não racismo”, disse o presidente dos Estados Unidos.

“Não é só uma questão de discriminação patente. As sociedades não apagam por completo, de um dia para o outro, o que se passou 200 ou 300 anos antes”, disse. “O legado da escravatura e a discriminação em quase todas as instituições das nossas vidas têm um impacto duradouro e continuam a fazer parte do nosso DNA”, acrescentou.

Segundo Barack Obama, os Estados Unidos não estão curados do racismo (Foto: Agência Brasil)

Tal como afirmou nas suas primeiras declarações públicas após o tiroteio em Charleston, Obama voltou a insistir, na entrevista ao comediante Marc Maron, que é possível atuar sobre essas matérias, defendendo medidas “de bom senso” para o controle das armas nos Estados Unidos, para que tragédias deste tipo sejam “menos prováveis”.

Dylann Roof, de 21 anos, foi detido horas depois do ataque, na quarta-feira (17) à noite, e foi formalmente acusado de nove crimes de homicídio. O jovem pode ser condenado à pena de morte. Ele confessou a autoria do crime, que aparentemente cometeu para iniciar uma “guerra racial”.

No tiroteio, morreram nove pessoas: três homens e seis mulheres. Entre as vítimas estava o pastor Clementa Pinckney, uma figura importante da comunidade negra local e representante democrata no Senado do estado.

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