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Eles estão acostumados com o grande público, fãs e shows, mas atualmente convivem com o sentimento de ter uma nova banda. O guitarrista, e agora vocalista, Marcão Britto, a baixista Lena Papini e o baterista André Ruas, o Pinguim, formam o power trio santista Bula.
Marcão marcou história no “Charlie Brown Jr.”, mesma banda pela qual Pinguim tocou por 3 anos. Já Lena, reconhecida na Baixada Santista, foi membro da “Mecanika” e participou da “A Banca”, projeto que incluía membros do Charlie Brown Jr. e foi criado após a morte do vocalista Chorão. É ela quem conta como surgiu a “Bula”, há cerca de um ano.
“ Eu fui atrás do Marcão porque eu não conseguia mais viver sem tocar com ele (risos). Brincadeira, mas é verdade. A gente começou a pensar o que íamos fazer e foi algo natural. Pensamos ‘se vamos ter uma banda nova, vamos fazer algo juntos. Já estamos aqui mesmo, sem fazer nada, vamos tocar (risos)’. Foi assim. A partir disso nós começamos a compor”.
Inicialmente, Bruno Graveto assumiria a bateria, mas o músico acertou com a banda “Strike”. Neste momento, Marcão convidou Pinguim para se unir à dupla. “O Marcão me ligou e disse ‘Tá afim de fazer parte? Estamos fazendo um trampo’. Eu estava meio sem fazer nada na parte autoral. Trabalhava com música, mas sem tocar com ninguém. Disse que adoraria fazer um som com eles e foi encaminhando para mais outras coisas. Tudo foi se encaixando”, explicou o baterista.
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O nome, sugerido por Marcão, vem do termo “Bula Pontifícia”, que se refere à apresentação de um documento pontifício lacrado com uma pequena bola de cera ou metal. “A questão do compromisso selado. A gente está iniciando um trabalho novo, envolvidos nisso. Por trás disso tudo tem a aquela história de qual é o significado da nossa vida? Por que estamos aqui? Qual o propósito de estar vivendo? Eu acho que é pela música. A gente tem esse grande compromisso com nós mesmos, com nossa própria vida, e nada melhor que estarmos juntos nesse mesmo grupo”, contou Marcão.
Maior novidade da banda é a ida de Marcão para o microfone. Segundo ele, foi algo natural. “Eu sempre quis cantar, mas nunca tive oportunidade até porque eu tocava no Charlie Brown e lá tinha um gênio que era o Chorão. Agora, tenho essa oportunidade de poder fazer isso e é legal, me sinto bem. É uma forma de passar meus sentimentos através da música. A guitarra interage com a voz e vira um instrumento só porque você pode harmonizar com a guitarra algumas coisas melódicas. Acaba sendo uma novidade porque era uma coisa guardada que agora estou mostrando para galera”.
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Estreia
O primeiro disco da Bula, batizado com o nome “Não Estamos Sozinhos”, foi lançado virtualmente na terça-feira. A versão física chega as lojas na segunda-feira. O álbum é composto por 13 faixas e duas bônus tracks.
A primeira música de trabalho se chama “Doses gigantes”. Mas, na hora de escolher a música favorita, Pinguim preferiu ficar em cima do muro. “É muito difícil. É a mesma coisa que perguntar qual o seu filho preferido. Não sei dizer. São 14 filhos gêmeos”, brincou o baterista.
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Lena deu destaque para “O preço de ser diferente”. “Desde a primeira vez que eu ouvi, me deu um tapa. Ela fala sobre o tempo e tenho uma tatuagem de uma ampulheta que eu fiz no sentido que a música tem. É o tempo parado, ele não significa tanta coisa assim. A letra fala isso ‘o tempo não vai valer mais nada, os relógios não vão funcionar mais’. Eu me surpreendi. Tanto que na primeira vez que ouvi, eu fiquei olhando para o Marcão e pensando ‘esse cara está lendo meu cérebro! Tem alguma coisa errada (risos)’. Identificome por isso, mas gosto muito de todas”.
Eu ia escutando e cada semana ia me apaixonando por uma (risos). Cada uma tem uma fase”, completou Marcão.
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Volta aos palcos
Com o álbum na pista, a Bula se prepara para estrear nos palcos em 2015. Lena disse que a saudade do público está grande. “A gente não vê a hora de tocar juntos. Temos uma química bacana. Não vejo a hora de estar um lugar, nós três, com aquela adrenalina. A energia que se troca com as pessoas é uma coisa impressionante. Uma parada que muda a vida do músico, O carinho dos fãs. Não conseguimos ficar longe disso muito tempo. Dá uma coceira, uma abstinência”.
Talvez a apresentação mais aguardada seja a do dia 28 de março, quando o trio tocará no palco Ônix do festival Lollapalooza, no mesmo dia de Robert Plant, ex-líder do Led Zeppelin, e do ex-White Stripes, Jack White. “Nós ficamos muito felizes. Eu fiquei uns 2 ou 3 dias sem conseguir dormir porque é um sonho antigo poder tocar nesse festival. Subir num palco onde vão se apresentar o Robert Plant, que era do Led Zeppelin, uma das principais influências para mim. O Jack White, um cara que eu respeito para caramba. É um palco sagrado e você tem ali pessoas com uma energia muito forte, pessoas que escreveram a história da música, do rock, e vamos estar com eles”, destacou Marcão.
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“Toda banda trabalha para chegar a esse momento. Um grande show, uma grande visibilidade. É um momento muito importante. Uma responsabilidade animal. Você vai tocar e horas depois estará ali o Robert Plant. Duplicou a responsabilidade”, completou Pinguim.
Vida própria
Apesar do histórico musical, o trio destacou que o projeto tem uma identidade própria, sem ligação direta com os trabalhos anteriores. “A banda tem uma sonoridade própria. Nossas histórias passam pelas bandas famosas, mas não se baseiam nelas. Isso é importante para não confundir uma coisa com outra”, disse Marcão.
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“Acho que a galera está se desprendendo um pouco das histórias do passado. Está vendo como um trabalho novo, um começo. Vendo daqui para frente. Essas novidades vão dando lugar para outros assuntos”, complementou Lena.
Por fim, Marcão deixou um recado para os fãs da banda. “Estamos dando um pontapé em uma longa trajetória. É o que a gente gosta de fazer e tem muita coisa boa acontecendo. Estamos felizes e animados. Ansiosos para ir para a estrada e começar”, finalizou.
Confira o clipe de "Doses Gigantes":
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