Cotidiano

Escolas têm sido apoio para famílias que passam dificuldades na pandemia

Apelo de moradora de Almirante Tamandaré (PR) reflete dificuldades impostas pela pandemia; escolas têm sido referências para auxílios solidários

Da Reportagem

Publicado em 26/08/2021 às 18:34

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Desde o início da pandemia, 27 milhões de brasileiros deixaram de comer em algum momento porque não havia dinheiro para comprar comida / Envato Imagens

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Desde que começou a pandemia, Juliana Maria Custódio, de 39 anos, não conseguiu mais emprego. Moradora de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, a diarista sustenta os três filhos com a ajuda de programas sociais e, principalmente, graças ao suporte da escola na qual as crianças estão matriculadas (Marista Escola Social Ecológica). Juliana é uma das 14,8 milhões de pessoas que buscam por uma oportunidade no mercado de trabalho no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em julho deste ano.

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Ela tentou encontrar outras atividades durante a pandemia, quando a principal preocupação foi a fome. “Nós podemos viver sem energia, sem internet, sem celular, sem outros tipos de gasto, mas não sem comida”, ressalta. Para ela, que sempre esteve ativa no mercado de trabalho, o momento foi de reflexão. “Para quem sempre trabalhou e trouxe sustento para a casa, fica ainda mais difícil se sentir de mãos atadas. E, nesse cenário, eu busquei ajuda com amigos, família, mas o apoio mesmo veio da escola das crianças, que promove ações solidárias continuamente para nos dar auxílio nesse momento”, conta. 

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Em São Paulo, na casa de Gisele Jesus Barbosa, de 35 anos, a história se repete. Sem uma atividade remunerada desde os primeiros meses de 2020, Gisele busca formas de sustentar os cinco filhos. “Quando todos estavam estudando no formato presencial, tínhamos somente a última refeição do dia em casa. Então, o café da manhã, almoço e lanche eram feitos na escola e o meu compromisso era garantir o jantar. Agora, com todos em casa e com o aumento do preço dos alimentos, preciso recorrer às cestas básicas doadas pela escola (Marista Escola Ir Lourenço) para garantir o alimento na mesa”, explica. 

 

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Solidariedade que alimenta

De acordo com um estudo recente da Unicef, desde o início da crise da covid-19, 27 milhões de brasileiros deixaram de comer em algum momento porque não havia dinheiro para comprar comida. Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, no Brasil, a estimativa é que mais de 49 milhões de pessoas vivam em situação de insegurança alimentar moderada ou severa, o que significa que elas deixaram de se alimentar por falta de comida ou que a qualidade da alimentação piorou nos últimos anos.

E para dar suporte aos afetados por essa crise, a solidariedade assume um papel essencial. Nos casos de Juliana e Gisele, o apoio veio das escolas sociais mantidas pelo Grupo Marista. Os espaços, que eram referências para os filhos em projetos de literatura e teatro, além do currículo tradicional, se tornaram pontos de apoio em outras necessidades da família. “Eu passei por momentos muito difíceis. Se não fosse a cesta básica entregue pela escola, não teria nada para comer em casa”, relata Gisele. Para Juliana, a lição é que sempre é possível ajudar. “Para quem pode contribuir com campanhas solidárias, peço que participe. O pouco de alguns é o que faz a diferença para a minha família”, destaca.

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Quando o amor resiste, a fome desiste

Desde o início da pandemia, o Grupo Marista realiza campanhas de arrecadação de mantimentos para as famílias atendidas. Com as ações realizadas, foram distribuídas mais de 16 toneladas de alimentos e produtos de limpeza e higiene para 2.100 famílias que vivem em comunidades vulneráveis. 

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No entanto, os desafios permanecem. Com o objetivo de ajudar as famílias dos alunos das escolas sociais por um período mais longo, o grupo iniciou em agosto uma campanha de arrecadação para aquisição de cestas básicas e material de higiene pessoal. “Nosso objetivo é levantar pelo menos R$ 360 mil para ajudar as famílias mais vulneráveis com cestas mensais, até o início de 2022. E, se conseguirmos superar essa meta, vamos ampliar a doação para todas as crianças atendidas”, ressalta o gerente de captação de recursos do Grupo Marista, Rodolfo Schneider. Em média, cada família é composta por quatro integrantes, mas o número é variável e algumas são mais numerosas.

Presente em comunidades de 16 cidades, as escolas sociais oferecem ensino básico (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio), incluindo atividades no contraturno escolar, transformando os espaços em um ambiente seguro e de educação para as comunidades. As equipes buscam a formação solidária e ética das crianças e adolescentes atendidos, incentivando o protagonismo dos jovens dentro e fora do ambiente escolar, com o objetivo de impactar positivamente a sociedade.

Com o mote “Quando o amor resiste, a fome desiste”, a campanha de arrecadação segue até o dia 20 de setembro, com doações feitas pela plataforma. No site é possível participar da vaquinha virtual, doando qualquer valor. Para empresas e instituições que também queiram colaborar com a iniciativa, é possível buscar mais detalhes por meio do e-mail [email protected] . O objetivo é mobilizar, além dos colaboradores e fornecedores do Grupo Marista, a população em geral em uma grande corrente de solidariedade. 

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